Nota do Cimi sobre as agressões do Presidente eleito contra os Povos Originários do Brasil
Bolsonaro insiste em equiparar os povos a animais em zoológicos, o que é, por si só, inaceitável. Ao fazer isso, o presidente eleito sinaliza que os povos podem ser caçados e expulsos por aqueles que têm interesse na exploração dos territórios indígenas e que pensam como ele.
O presidente eleito retoma o discurso integracionista, marca dos governos ditatoriais das décadas de 1960 a 1980. A ideologia do integracionismo deu margem para ações de agentes estatais e privados que resultaram no assassinato de ao menos 08 mil indígenas no período citado, como atesta o Relatório da Comissão Nacional da Verdade.
Ao afirmar que as demarcações de terras indígenas no Brasil teriam origem em pressões externas, o presidente eleito falta com a verdade. O fato é que a Constituição Brasileira de 1988, que em seu Artigo 231 reconhece a legitimidade e o direito dos povos indígenas à sua organização social, aos seus usos, costumes, crenças, tradições e às suas terras originárias; é a mesma Lei Maior de nosso país que obriga o Estado brasileiro a promover a demarcação, a proteção e fazer respeitar todos os seus bens nelas existentes.
Além disso, o presidente eleito tem a obrigação de saber, também, que o direito dos povos às suas terras é reconhecido oficialmente desde o Alvará Régio de 1º de abril de 1680, ainda durante o Período Imperial, bem como, desde 1934, em todas as Constituições brasileiras.
Ao insinuar que as demarcações de terras indígenas poderiam dar origem a novos países dentro do Brasil, o presidente eleito ignora o histórico de luta dos povos originários em defesa das fronteiras do nosso país ao longo da história. Demonstra ainda profunda ignorância quanto ao teor da nossa Carta Magna que elenca as terras indígenas como Bens do Estado brasileiro (Artigo 20), registrados como patrimônio da União nos Cartórios de Imóveis locais e na Secretaria de Patrimônio da União, de acordo com o Decreto 1775/96, que regulamenta os procedimentos administrativos correspondentes.
Além de extremamente desrespeitosas para com os povos, as declarações do presidente eleito dão guarida ideológica para a inoperância do Estado em efetivar o direito dos povos esbulhados historicamente de suas terras, bem como, para ações ilegais e criminosas de invasão, loteamento, venda e apossamento de lotes, desmatamento e estabelecimento de unidades de produção no interior de terras indígenas já regularizadas, que caracterizam a mais nova fase de esbulho possessório em curso no Brasil contra os povos.
Por fim, é inequívoco que as palavras do presidente eleito servem de incentivo e referendam as ações que atentam contra a vida dos Povos Indígenas no Brasil, antagônicas, portanto, ao dever do Estado de efetivar as demarcações, a proteção dos territórios e da vida destes povos.
Diante de tantas agressões, o Conselho Indigenista Missionário-Cimi manifesta irrestrita solidariedade aos 305 povos indígenas brasileiros e reafirma o compromisso histórico e inquebrantável de estar junto com os mesmos na defesa de suas vidas e seus projetos de futuro.
Brasília, DF, 01 de dezembro de 2018
Conselho Indigenista Missionário – Cimi
domingo, 9 de dezembro de 2018
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
domingo, 21 de outubro de 2018
Meio ambiente e as propostas dos candidatos à presidência
Tomamos propositalmente um texto da grande imprensa.
Verificamos as propostas dos candidatos e suas recentes declarações. Esperamos
que este texto ajude na escolha do candidato, com este olhar tão importante do
Cuidado da Casa Comum, no nosso país.
Fonte: Portal Terra. Acesso em 21/10/2018
Jair Bolsonaro (PSL)
Na proposta do candidato do PSL, não há menção direta ao
tema. No trecho dedicado à agricultura, a proposta aponta, sem detalhes, um
novo modelo institucional para o setor e que "o primeiro passo é sair da
situação atual onde instituições relacionadas ao setor estão espalhadas e
loteadas em vários ministérios, reunindo-as em uma só pasta".
O documento sugere que será criada uma "nova estrutura
federal agropecuária que teria as seguintes atribuições: Política e Economia
Agrícola (inclui comércio), Recursos Naturais e Meio Ambiente Rural, Defesa Agropecuária,
Segurança Alimentar, Pesca e Piscicultura, Desenvolvimento Rural Sustentável
(Atuação por Programas) e Inovação Tecnológica".
Ainda na área de agricultura, a proposta de governo prevê
atender as demandas de "segurança no campo; solução para a questão
agrária; logística de transporte e armazenamento; uma só porta para atender as
demandas do agro e do setor rural; políticas especificas para consolidar e
abrir novos mercados externos e diversificação".
O candidato destaca que o Nordeste será uma das regiões mais
beneficiadas por um novo modelo de energia e que "pode se tornar a base de
uma nova matriz energética limpa, renovável e democrática". O programa
pretende expandir não somente a produção de energia, mas toda a cadeia produtiva,
como instalação e manutenção de painéis fotovoltaicos, além de firmar parceria
com universidades locais para o desenvolvimento de novas tecnologias e
instalação de indústrias que tem uso intensivo de energia elétrica.
Em entrevistas e durante a campanha, Bolsonaro declarou que
pode extinguir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O candidato do PSL também disse que
pode flexibilizar a legislação que regula a exploração econômica de áreas
verdes preservadas, inclusive na Amazônia. "O Brasil abre a Amazônia para
o mundo explorar seu ouro, enquanto seus garimpeiros são tratados como
bandidos", disse Bolsonaro em sua página do Facebook.
"O Brasil não suporta ter mais de 50% do território
demarcado como terras indígenas, áreas de proteção ambiental, parques nacionais
e essas reservas todas, atrapalha o desenvolvimento. Você quer derrubar uma
árvore que já morreu leva dez anos, quer fazer uma pequena central hidrelétrica
é quase impossível, não podemos continuar admitindo uma fiscalização xiita por
parte do ICMBio e do Ibama, prejudicando quem quer produzir", disse
Bolsonaro a jornalistas durante uma atividade de campanha na cidade de Porto Velho.
O texto da proposta de governo afirma que as pequenas
centrais hidrelétricas "têm enfrentado barreiras quase intransponíveis no
licenciamento ambiental", que pode superar o tempo de dez anos, segundo o
documento. O candidato propõe que o licenciamento ambiental seja avaliado em um
prazo máximo de três meses.
Em outra ocasião, Bolsonaro também declarou publicamente que
não vai conceder "nenhum centímetro de terra" para indígenas e
quilombolas. Outra intenção já manifestada por Bolsonaro seria a de retirar o
Brasil do chamado Acordo de Paris, que prevê a limitação do aumento da
temperatura global abaixo de 2º ou 1,5 graus Celsius.
Fernando Haddad (PT)
A proposta do candidato petista fala na "transição
ecológica para a nova sociedade do século 21". De acordo com o programa,
em eventual governo, Haddad irá buscar uma economia de baixo carbono, investir
na agroecologia e "garantir práticas e inovações verdes" para
impulsionar o crescimento inclusivo, desenvolvimento nacional e bem-estar da
população.
Os recursos naturais serão protegidos da devastação e que
pretende zerar a taxa de desmatamento líquido até 2022, limitando a expansão da
fronteira agropecuária. A proposta destaca o papel da Amazônia na criação de
políticas inovadoras de transição ecológica.
Com relação aos desafios da água, o plano de governo do PT
cita investimento na gestão sustentável de recursos hídricos, proteção de
aquíferos e lençóis freáticos, recuperação de nascentes, despoluição de rios e
ampliação das obras de saneamento e infraestrutura urbana para evitar o
racionamento de água. A proposta prevê a revitalização de bacias hidrográficas,
como a do São Francisco, e ampliação do programa de construção de cisternas,
além de melhoria na gestão de resíduos sólidos.
O programa petista diz que vai promover a reforma agrária, a
titulação das terras quilombolas e a demarcação das áreas indígenas e assegurar
os direitos dos ribeirinhos, extrativistas, pescadores artesanais, aldeados,
entre outros.
O candidato do PT propõe políticas de financiamento público
para as atividades econômicas de baixo impacto ambiental, além do que chama de
"reforma fiscal verde", para reduzir em 46,5% a incidência de
tributos sobre os investimentos verdes de tributos, como IPI, ICMS e
PIS/Cofins. A proposta afirma ainda que a reforma fiscal verde que criará um
tributo sobre carbono, sem elevar a carga tributária, como adotado em outros
país para aumento o custo das emissões de gases de efeito estufa.
Na proposta do governo petista, há a intenção de aperfeiçoar
o modelo energético com o objetivo de zerar a emissão de gases de efeito estufa
da matriz energética brasileira até 2050. O projeto fala em criar um novo marco
regulatório da mineração, que prevê "a responsabilização das empresas e
pessoas físicas quanto aos impactos ambientais e sociais por práticas que
desrespeitem a legislação". O marco também criaria órgãos de fiscalização
e regulação da atividade mineradora e estímulo ao desenvolvimento tecnológico e
inovação das empresas do setor, além de instituição de políticas para as
comunidades atingidas pela mineração, inclusive com compensação financeira.
Com relação ao cumprimento do Acordo de Paris e dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, o programa de Haddad propõe a criação
de um Fundo de Adaptação para apoiar países da América Latina e do Caribe a
enfrentar desastres climáticos e o fortalecimento da "cooperação Sul-Sul
em mitigação e adaptação".
O candidato petista defende o desenvolvimento de políticas
de educação ambiental com a participação de estados, municípios, escolas,
universidades, movimentos sociais e instituições da sociedade civil.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
O FUTURO DA AMAZÔNIA PASSA PELAS ELEIÇÕES
Sem Amazônia não existe o Brasil,
tal qual o conhecemos. São quatro os serviços que o bioma presta aos
amazônidas, ao Brasil e ao resto do planeta.
1º- O ciclo das águas.
Hoje, pelo conhecimento científico construído, são os rios voadores que vem da
Amazônia que espalham as chuvas por todo território brasileiro, indo inclusive
até ao Uruguai, Argentina e Paraguai. Sem a floresta para injetar mais água na
atmosfera, esses rios voadores não se formam. Uma simples Sumaúma, árvore
imensa da Amazônia, injeta cerca de mil litros de água por dia na atmosfera.
Portanto, sem a floresta Amazônica o Sul e o Sudeste brasileiro, onde estão 70%
da riqueza da América Latina, se transformam em um deserto.
2º- O ciclo do carbono. Cada
árvore corresponde a toneladas de carbono fixado em sua estrutura. Quando uma
árvore dessa é queimada ou entra em decomposição, esse carbono é liberado em
forma de gás e vai reforçar o aquecimento global, contribuindo para a mudança
do clima em todo o planeta.
3º- A mega diversidade. Cada
metro quadrado da Amazônia tem mais biodiversidade que em qualquer lugar do
mundo. Daí provêm alimentos fantásticos como o açaí, cupuaçu, castanhas,
folhas, raízes, etc. Também vem os fármacos, as essências, os cosméticos, os
óleos e outra quantidade incalculável de riquezas que a só a natureza pode
oferecer. Trocar essa riqueza por mais algumas cabeças de gado, a exploração de
minerais ou algumas toneladas de soja é uma loucura absoluta. Mas, ela pode se
tornar real se um candidato for eleito.
4º- Os povos originários. Na
Amazônia estão vários povos originários ainda remanescentes do grande genocídio
que se abateu e se abate sobre eles até hoje. Eles nos preservaram o que ainda
temos de riquezas naturais na Amazônia, a sua biodiversidade, além de nos mostrarem
que é possível viver da natureza sem destruí-la. Papa Francisco insiste em
ouvir essas populações originárias no Sínodo Panamazônico de 2019 em Roma.
Portanto, a destruição da floresta é também o tiro final no coração das nossas
populações indígenas remanescentes. Alertamos para propostas que são contrarias
à vida e atingem diretamente aos povos originários.
Somos contrários à qualquer
proposta que leve ao fechamento de órgãos públicos que
defendem os direitos que estão a serviço da defesa da vida e do planeta (Ministério do Meio
Ambiente, dos organismos de controle como IBAMA e ICMBIO), concessões de obras sem
licenciamento ambiental, enfim, uma lista infinita de agressões ao ambiente e aos povos que
podem se tornar realidade.
defendem os direitos que estão a serviço da defesa da vida e do planeta (Ministério do Meio
Ambiente, dos organismos de controle como IBAMA e ICMBIO), concessões de obras sem
licenciamento ambiental, enfim, uma lista infinita de agressões ao ambiente e aos povos que
podem se tornar realidade.
Toda essa riqueza fundamental
está em jogo. Ou preservamos ou destruímos o que nos
resta. Os serviços prestados pela Amazônia são naturais e o conhecimento sobre eles é de ordem
científica, mas uma decisão política pode derrubar tudo que a natureza nos oferece em sua
infinita generosidade.
resta. Os serviços prestados pela Amazônia são naturais e o conhecimento sobre eles é de ordem
científica, mas uma decisão política pode derrubar tudo que a natureza nos oferece em sua
infinita generosidade.
O futuro da Amazônia passa pelo
voto nas eleições de 2018.
Assinam:
Daniel Seidel – Membro da Comissão Brasileira Justiça e Paz, assessor da REPAM-Brasil.
Francisco Andrade de Lima – Assessor da REPAM-Brasil.
Daniel Seidel – Membro da Comissão Brasileira Justiça e Paz, assessor da REPAM-Brasil.
Francisco Andrade de Lima – Assessor da REPAM-Brasil.
Marcia Maria de
Oliveira – Assessora da REPAM-Brasil e da Cáritas Brasileira. E Professora
da Universidade Federal de Roraima/UFRR.
da Universidade Federal de Roraima/UFRR.
Moema Miranda – Rede
Igrejas e Mineração; Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e
Ecologia (Sinfrajupe); e Assessora da REPAM-Brasil.
Ecologia (Sinfrajupe); e Assessora da REPAM-Brasil.
Pe. Ari Antônio dos Reis
– Assessor da REPAM-Brasil e Coordenador do curso de Teologia
da Faculdade de Teologia e Ciências Humanas – Itepa Faculdades.
da Faculdade de Teologia e Ciências Humanas – Itepa Faculdades.
Pe. Dário Bossi –
Missionario Comboniano; Rede de Igrejas e Mineração e Assessor da
REPAM-Brasil.
REPAM-Brasil.
Pe. Ricardo Castro –
Diretor do Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia
– ITEPES; Professor de filosofia Faculdade Salesiana Dom Bosco- Manaus e Assessor da
REPAM-Brasil.
– ITEPES; Professor de filosofia Faculdade Salesiana Dom Bosco- Manaus e Assessor da
REPAM-Brasil.
Roberto Malvezzi –
Filósofo; Teólogo; Estudos Sociais; Escritor; Compositor e Assessor da
REPAM.
REPAM.
sábado, 13 de outubro de 2018
domingo, 7 de outubro de 2018
Francisco de Assis e o Cuidado da Casa Comum

O testemunho de São Francisco mostra-nos também que uma ecologia integral
requer abertura para categorias que transcendem a linguagem das ciências exatas
ou da biologia e nos põem em contato com a essência do ser humano. Tal como
acontece a uma pessoa quando se enamora por outra, a reação de Francisco,
sempre que olhava o sol, a lua ou os minúsculos animais, era cantar, envolvendo
no seu louvor todas as outras criaturas. Entrava em comunicação com toda a
criação, chegando mesmo a pregar às flores «convidando-as a louvar o Senhor,
como se gozassem do dom da razão».
Para ele, qualquer
criatura era uma irmã, unida a ele por laços de carinho. Por isso, sentia-se
chamado a cuidar de tudo o que existe. São Boaventura, seu discípulo, contava
que ele, «enchendo-se da maior ternura ao considerar a origem comum de todas as
coisas, dava a todas as criaturas – por mais desprezíveis que parecessem – o
doce nome de irmãos e irmãs». Esta convicção não pode ser desvalorizada pois influi nas opções que determinam o nosso
comportamento.
Se nos aproximarmos da natureza e do meio ambiente sem esta
abertura para a admiração e o encanto, se deixarmos de falar a língua da
fraternidade e da beleza na nossa relação com o mundo, então as nossas atitudes
serão as do dominador, do consumidor ou de um mero explorador dos recursos
naturais, incapaz de pôr um limite aos seus interesses imediatos. Pelo
contrário, se nos sentirmos intimamente unidos a tudo o que existe, então
brotarão de modo espontâneo a sobriedade e a solicitude. A pobreza e a
austeridade de São Francisco não eram simplesmente um ascetismo exterior, mas
algo de mais radical: uma renúncia a fazer da realidade um mero objeto de uso e
domínio.
São Francisco, fiel à Sagrada Escritura,
propõe-nos reconhecer a natureza como um livro esplêndido onde Deus nos fala e
transmite algo da sua beleza e bondade: «Na grandeza e na beleza das criaturas,
contempla-se, por analogia, o seu Criador» (Sab 13, 5) e «o que é invisível
n’Ele – o seu eterno poder e divindade – tornou-se visível à inteligência,
desde a criação do mundo, nas suas obras» (Rm 1, 20). Por isso, Francisco pedia
que, no convento, se deixasse sempre uma parte do horto por cultivar para aí
crescerem as ervas silvestres, a fim de que, quem as admirasse, pudesse elevar
o seu pensamento a Deus, autor de tanta beleza.
O mundo é algo mais do que um problema a
resolver; é um mistério gozoso que contemplamos na alegria e no louvor. (Papa Francisco, Laudato Si 10-12)
domingo, 2 de setembro de 2018
Que podemos hacer por nuestro Planeta?
Esquema utilizado en el Conversatorio "El clamor de la tierra y una Ecologia integral".
III Congresso Continental de Teología - El Salvador
III Congresso Continental de Teología - El Salvador
¿Qué podemos hacer por nuestro
planeta? Algunas prácticas
Afonso Murad –
ecologiaefe.blogspot.com
Conocer las experiencias existentes -> aprender con
ellas -> implantar -> compartir -> trabajar juntos-> perfeccionar
-> divulgar
1. En la Iglesia
ü Incorporar la
cuestión ecológica en la catequesis, en la Crisma, en los grupos de jóvenes (los
5 sentidos + reflexión)
ü Grupos de
reflexión y círculos bíblicos sobre Laudato Si
ü Vía Crucis
ecológico-social
ü Promover los
Encuentros y Retiros con la mínima producción de basura
ü Iniciar grupos de
Pastoral de la Ecología, a partir de una lucha concreta en la comunidad
ü Elaborar y
divulgar cantos religiosos desde perspectiva ecológica
ü Rezar los Salmos:
unidad de creación y salvación / salvación
ü Hacer
celebraciones y oraciones comunitarias en contacto con la naturaleza (sol,
árboles, tierra, agua)
Implantar la gestión ambiental
en instituciones católicas
Analizar
los impactos ambientales -> Estudiar cómo reducir estos impactos -> Trazar
un plan de implantación de cambios -> Realizar reformas y construcciones con
ecodesign -> Reforestación con plantas de nuestro bioma y árboles frutales
-> Divulgar, para estimular la práctica en otras personas e instituciones
Campañas
Visita
a parque y área de conservación; Plantar árboles; Acción coletiva de limpieza; Caminata
ecológica; Feria de la economía solidaria; Paseo ciclístico; Colectar agua de
lluvia; Compostaje y huerta casera; Consumo consciente; Reducción de agua y
energía; Feria de intercambios
Procesos
Recolección
y transformación de aceite de cocina; Destinación de residuos reciclables para
la asociación de recogedores; Recolección de pilas y baterías; Taller de
reutilización de productos; Huerto colectivo
2. Iniciativas en comunidades
rurales con otros grupos e instituciones
ü Estimular la
práctica de agroecología, agricultura orgánica y proyectos agropastoril
ü Banco de semillas
nativas
ü Asociaciones de
Economía solidaria (plantar, cosechar, distribuir, vender, invertir)
ü Organización de
comunidades para enfrentar la minería
ü Lucha para
garantizar la posesión de tierras de comunidades indígenas y afrodescendientes
ü Ocupación de
tierras improductivas y posterior implantación de agroecología
ü Lucha para mejorar
la calidad de vida de los trabajadores en empresas de agronegocio
ü Lucha para crear y
mantener Unidades de Conservación (áreas de preservación permanente)
ü Organización de
comunidades rurales para proteger los manantiales
ü Cisternas y
quintal productivo en regiones semiáridas (recolección de agua de lluvia)
3. Comunidades urbanas y
suburbanas
ü Luchas para
mejorar la calidad del transporte público urbano
ü Implantación de
calzadas para peatones.
ü Reivindicación
para el acceso al agua en las periferias
ü Política pública
para la depuradora de aguas residuales
ü Separación de los
residuos sólidos (basura) -> asociación de colectores de material para
reciclaje
ü Apoyo a los grupos
de Economía solidaria (artesanía, producción de alimentos, servicios de cocina,
limpieza ...)
ü Ocupación de
espacios públicos (parques, jardines)
4. Iniciativas transversales
(urbanas y rurales)
ü REPAM para la
Amazonia
ü Articulación
"Iglesias y minería"
ü Asociación de
artesanía y arte popular
ü Ecoturismo
sostenible desde las comunidades locales
ü Descubrir,
utilizar y divulgar en Internet las tecnologías alternativas.
ü Avanzar en la
implantación de políticas públicas; y legislación social y ambiental (trabajar
con los políticos)
sexta-feira, 31 de agosto de 2018
Conversatorio El clamor de la Tierra
Foto: Conversatorio "El clamor de la tierra y una ecologia integral.
III Congreso Continental de Teologia - El Salvador
terça-feira, 29 de maio de 2018
Dia mundial do Meio ambiente 2018
Com o tema “#AcabeComAPoluiçãoPlástica”, o dia do meio ambiente de 2018 convoca governos, empresas, igrejas, comunidades e indivíduos a reduzir a produção e o consumo excessivo de produtos plásticos descartáveis, que contaminam nossos oceanos, prejudicam a vida marinha e afetam a saúde humana.
Ao longo da última década, a humanidade produziu mais plástico do que em todo o século passado. Por ano, são consumidas entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas em todo o planeta e, a cada minuto, são compradas 1 milhão de garrafas plásticas. Metade do plástico consumido pelos humanos é de uso único e, anualmente, pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos — é como se a cada minuto despejássemos nos mares a carga inteira de um caminhão de lixo plástico. O material representa atualmente 10% de todos os resíduos gerados pelo homem.
“Trata-se de uma emergência global que afeta todos os aspectos de nossas vidas. Está na água que bebemos e na comida que comemos”. Está destruindo nossas praias e oceanos, afirmou o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim.
A Índia sediará as celebrações globais do Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado em 5 de junho. “A filosofia e o estilo de vida da Índia estão há muito tempo fundamentados no conceito de coexistência com a natureza. Estamos comprometidos em fazer do planeta Terra um lugar mais limpo e mais verde”, afirmou o ministro do Meio Ambiente indiano, Harsh Vardhan. O dirigente defendeu que cada cidadão de cada país se empenhe para praticar pelo menos uma “boa ação ecológica” por dia.
O Governo da Índia irá liderar as celebrações do Dia Mundial do Meio Ambiente com uma série de atividades para engajar o público, como mutirões de limpeza em áreas públicas, reservas nacionais, florestas e praias. A Índia já tem uma das mais altas taxas de reciclagem do mundo e o objetivo dos eventos é despertar o interesse e a mobilização da população. Com isso, a nação asiática busca dar exemplos para todo o mundo de como acabar com a poluição plástica.
Na América Latina e no Caribe, a capital regional para as celebrações será o Peru, um dos primeiros países a participar da campanha #MaresLimpos da ONU Meio Ambiente, que busca reduzir drasticamente a poluição plástica nos oceanos.
No Brasil, a superação da poluição plástica vem avançando, apesar de correntes contrárias. Campanhas para o consumo consciente de sacolas plásticas, a assinatura do Acordo Setorial de Logística Reversa de Embalagens e o processo de elaboração do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, por exemplo, criam o ambiente institucional necessário para avançar nesta questão fundamental com a sociedade brasileira.
Desde que foi instituído em 1972, o Dia Mundial do Meio Ambiente tornou-se uma plataforma global para a conscientização pública sobre questões ambientais. A data é mais uma oportunidade para aumentar nossa consciência sobre o Cuidado da Casa Comum.
Adaptado de: https://nacoesunidas.org/india-sediara-celebracoes-do-dia-mundial-do-meio-ambiente-em-2018/
Ao longo da última década, a humanidade produziu mais plástico do que em todo o século passado. Por ano, são consumidas entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas em todo o planeta e, a cada minuto, são compradas 1 milhão de garrafas plásticas. Metade do plástico consumido pelos humanos é de uso único e, anualmente, pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos — é como se a cada minuto despejássemos nos mares a carga inteira de um caminhão de lixo plástico. O material representa atualmente 10% de todos os resíduos gerados pelo homem.
“Trata-se de uma emergência global que afeta todos os aspectos de nossas vidas. Está na água que bebemos e na comida que comemos”. Está destruindo nossas praias e oceanos, afirmou o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim.
A Índia sediará as celebrações globais do Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado em 5 de junho. “A filosofia e o estilo de vida da Índia estão há muito tempo fundamentados no conceito de coexistência com a natureza. Estamos comprometidos em fazer do planeta Terra um lugar mais limpo e mais verde”, afirmou o ministro do Meio Ambiente indiano, Harsh Vardhan. O dirigente defendeu que cada cidadão de cada país se empenhe para praticar pelo menos uma “boa ação ecológica” por dia.
O Governo da Índia irá liderar as celebrações do Dia Mundial do Meio Ambiente com uma série de atividades para engajar o público, como mutirões de limpeza em áreas públicas, reservas nacionais, florestas e praias. A Índia já tem uma das mais altas taxas de reciclagem do mundo e o objetivo dos eventos é despertar o interesse e a mobilização da população. Com isso, a nação asiática busca dar exemplos para todo o mundo de como acabar com a poluição plástica.
Na América Latina e no Caribe, a capital regional para as celebrações será o Peru, um dos primeiros países a participar da campanha #MaresLimpos da ONU Meio Ambiente, que busca reduzir drasticamente a poluição plástica nos oceanos.
No Brasil, a superação da poluição plástica vem avançando, apesar de correntes contrárias. Campanhas para o consumo consciente de sacolas plásticas, a assinatura do Acordo Setorial de Logística Reversa de Embalagens e o processo de elaboração do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, por exemplo, criam o ambiente institucional necessário para avançar nesta questão fundamental com a sociedade brasileira.
Desde que foi instituído em 1972, o Dia Mundial do Meio Ambiente tornou-se uma plataforma global para a conscientização pública sobre questões ambientais. A data é mais uma oportunidade para aumentar nossa consciência sobre o Cuidado da Casa Comum.
Adaptado de: https://nacoesunidas.org/india-sediara-celebracoes-do-dia-mundial-do-meio-ambiente-em-2018/
sexta-feira, 23 de março de 2018
Declaração final do Fórum Alternativo Mundial das Águas
Quem somos
Nós, construtores e construtoras do Fórum Alternativo
Mundial da Água (FAMA), reunidos de 17 a 22 de março de 2018, em Brasília,
declaramos para toda a sociedade o que acumulamos após muitos debates,
intercâmbios, sessões culturais e depoimentos ao longo de vários meses de
preparação e nestes últimos dias aqui reunidos. Somos mais de 7 mil
trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, das águas e das florestas,
representantes de povos originários e comunidades tradicionais, articulados em
450 organizações nacionais e internacionais de todos os continentes. Somos
movimentos populares, tradições religiosas e espiritualidades, organizações não
governamentais, universidades, pesquisadores, ambientalistas, organizados em
grupos, coletivos, redes, frentes, comitês, fóruns, institutos, articulações,
sindicatos e conselhos.
Na grandeza dos povos, trocamos experiências de
conhecimento, resistência e de luta. E estamos conscientes que a nossa produção
é para garantir a vida e sua diversidade. Estamos aqui criando unidade e força
popular para refletir e lutar juntos e juntas pela água e pela vida nas suas
variadas dimensões. O que nos faz comum na relação com a natureza é garantir a
vida. A nossa luta é a garantia da vida. É isso que nos diferencia dos projetos
e das relações do capital expressos no Fórum das Corporações – Fórum Mundial da
Água. Também estamos aqui para denunciar a 8º edição do Fórum Mundial da Água
(FMA), o Fórum das Corporações, evento organizado pelo chamado Conselho Mundial
da Água, como um espaço de captura e roubo das nossas águas.
O Fórum e o Conselho são vinculados às grandes corporações
transnacionais e buscam atender exclusivamente a seus interesses, em detrimento
dos povos e da natureza.
Nossas constatações
sobre o momento histórico
O modo de produção capitalista, historicamente, concentra e
centraliza riqueza e poder, a partir da ampliação de suas formas de acumulação,
intensificação de seus mecanismos de exploração do trabalho e aprofundamento de
seu domínio sobre a natureza, gerando a destruição dos modos de vida. Vivemos
em um período de crise do capitalismo e de seu modelo político representado
pela ideologia neoliberal, na qual se busca intensificar a transformação dos
bens comuns em mercadoria, através de processos de privatização, precificação e
financerização.
A persistência desse modelo tem aprofundado as desigualdades
e a destruição da natureza, através dos planos de salvamento do capital nos
momentos de aprofundamento da crise. Nesse cenário, as ações do capital são
orientadas pela manutenção a qualquer custo das suas taxas de juros, lucro e
renda. Esse modelo impõe à América Latina e ao Caribe o papel de produtores de
artigos primários e fornecedores de matéria prima, atividades econômicas
intensivas em bens naturais e força de trabalho. Subordina a economia desses
países a um papel dependente na economia mundial, sendo alvos prioritários
dessa estratégia de ampliação da exploração a qualquer custo. O Brasil, que
sedia esta edição do FAMA, é exemplar nesse sentido.
O golpe aplicado recentemente expõe a ação coordenada de
corporações com setores do parlamento, da mídia e do judiciário para romper a
ordem democrática e submeter o governo nacional a uma agenda que atenda seus
interesses rapidamente. A mais dura medida orçamentária do mundo foi implantada
em nosso país, onde o orçamento público está congelado por 20 anos, garantindo
a drenagem de recursos públicos para o sistema financeiro e criando as bases
para uma onda privatizante, incluindo aí a infraestrutura de armazenamento, distribuição
e saneamento da água. Quais são as estratégias das corporações para a água?
Identificamos que o objetivo das corporações é exercer o controle privado da
água através da privatização, mercantilização e de sua titularização,
tornando-a fonte de acumulação em escala mundial, gerando lucros para as
transnacionais e ao sistema financeiro. Para isso, estão em curso diversas
estratégias que vão desde o uso da violência direta até formas de captura
corporativa de governos, parlamentos, judiciários, agências reguladoras e
demais estruturas jurídico-institucionais para atuação em favor dos interesses
do capital.
Há também uma ofensiva ideológica articulada junto aos meios
de comunicação, educação e propaganda que buscam criar hegemonia na sociedade
contrária aos bens comuns e a favor de sua transformação em mercadoria. O
resultado desejado pelas corporações é a invasão, apropriação e o controle
político e econômico dos territórios, das nascentes, rios e reservatórios, para
atender os interesses do agronegócio, hidronegócio, indústria extrativa,
mineração, especulação imobiliária e geração de energia hidroelétrica. O
mercado de bebida e outros setores querem o controle dos aquíferos.
As corporações querem também o controle de toda a indústria
deabastecimento de água e esgotamento sanitário para impor seu modelo de
mercado e gerar lucros ao sistema financeiro, transformando direito
historicamente conquistado pelo povo em mercadoria. Querem ainda se apropriar
de todos os mananciais do Brasil, América Latina e dos demais continentes para
gerar valor e transferir riquezas de nossos territórios ao sistema financeiro,
viabilizando o mercado mundial da água Denunciamos as transnacionais Nestlé,
Coca-Cola, Ambev, Suez, Veolia, Brookfield (BRK Ambiental), Dow AgroSciences,
Monsanto, Bayer, Yara, os organismos financeiros multilaterais, como o Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional, e ONGs ambientalistas de mercado,
como The Nature Conservancy e Conservation International, entre outras que
expressam o caráter do “Fórum das Corporações”. Denunciamos o crime cometido
pela Samarco, Vale e BHP Billiton, que contaminou com sua lama tóxica o Rio
Doce, assassinando uma bacia hidrográfica inteira, matando inúmeras pessoas, e
até hoje seu crime segue impune.
Denunciamos o recente crime praticado pela norueguesa Hydro
Alunorte que despejou milhares de toneladas de resíduos da mineração através de
canais clandestinos no coração da Amazônia e o assassinato do líder comunitário
Sergio Almeida Nascimento que denunciava seus crimes. Exemplos como esses têm
se reproduzido por todo o mundo. Os povos têm sido as vítimas desse avanço do
projeto das corporações. As mulheres, povos originários, povos e comunidades
tradicionais, populações negras, migrantes e refugiados, agricultores familiares
e camponeses e as comunidades periféricas urbanas têm sofrido diretamente os
ataques do capital e as consequências sociais, ambientais e culturais de sua
ação. Nos territórios e locais onde houve e/ou existem planos de privatização,
aprofundam-se as desigualdades, o racismo, a violência sexual e sobrecarga de
trabalho para as mulheres, a criminalização, assassinatos, ameaças e
perseguição a lideranças, demissões em massa, precarização do trabalho,
retirada e violação de direitos, redução salarial, aumento da exploração,
brutal restrição do acesso à água e serviços públicos, redução na qualidade dos
serviços prestados à população, ausência de controle social, aumentos abusivos
nas tarifas, corrupção, desmatamento, contaminação e envenenamento das águas,
destruição das nascentes e rios e ataques violentos aos povos e seus
territórios, em especial às populações que resistem às regras impostas pelo
capital.
A dinâmica de acumulação capitalista se entrelaça com o
sistema hetero-patriarcal, racista e colonial, controlando o trabalho das
mulheres e ocultando intencionalmente seu papel nas esferas de reprodução e
produção. Nesse momento de ofensiva conservadora, há o aprofundamento da
divisão sexual do trabalho e do racismo, causando o aumento da pobreza e da
precarização da vida das mulheres. A violência contra as mulheres é uma
ferramenta de controle sobre nossos corpos, nosso trabalho e nossa autonomia.
Essa violência se intensifica com o avanço do capital, refletindo-se no aumento
de assassinato de mulheres, da prostituição e da violência sexual. Tudo isso
impossibilita as mulheres de viver com dignidade e prazer. Para as diversas
religiões e espiritualidades, todas essas injustiças em relação às águas e seus
territórios, caracterizam uma dessacralização da água recebida como um dom
vital, e dificultam as relações com o Transcendente como horizonte maior das
nossas existências.
Destacamos que para os Povos Originários e Comunidades
Tradicionais há uma relação interdependente com as águas, e tudo que as atinge,
e que todos os ataques criminosos que sofre, repercutem diretamente na
existência desses povos em seus corpos e mentes. Esses povos se afirmam como
água, pois existe uma profunda unidade entre eles e os rios, os lagos, lagoas,
nascentes, mananciais, aquíferos, poços, veredas, lençóis freáticos, igarapés,
estuários, mares e oceanos como entidade única. Declaramos que as águas são
seres sagrados. Todas as águas são uma só água em permanente movimento e
transformação. A água é entidade viva, e merece ser respeitada. Por fim,
constatamos que a entrega de nossas riquezas e bens comuns conduz a destruição
da soberania e a autodeterminação dos povos, assim como a perda dos seus
territórios e modos de vida.
Mas nós afirmamos:
resistimos e venceremos!
Nossa resistência e luta é legítima. Somos os guardiões e
guardiãs das águas e defensores da vida. Somos um povo que resiste e nossa luta
vencerá todas as estruturas que dominam, oprimem e exploram nossos povos,
corpos e territórios. Somos como água, alegres, transparentes e em movimento.
Somos povos da água e a água dos povos. Nestes dias de convívio coletivo,
identificamos uma extraordinária diversidade de práticas sociais, com enorme
riqueza de culturas, conhecimento e formas de resistência e de luta pela vida. Ninguém
se renderá. Os povos das águas, das florestas e do campo resistem e não se
renderão ao capital. Assim também tem sido a luta dos povos, dos operários e de
todos os trabalhadores e trabalhadoras das cidades que demonstram cada vez
maior força.
Temos a convicção que só a luta conjunta dos povos poderá
derrotar todas as estruturas injustas desta sociedade. Identificamos que a
resistência e a luta têm se realizado em todos os locais e territórios do
Brasil e do mundo e estamos convencidos que nossa força deve caminhar e unir-se
a grandes lutas nacionais e internacionais. A luta dos povos em defesa das
águas é mundial. Água é vida, é saúde, é alimento, é território, é direito
humano, é um bem comum sagrado.
O que propomos
Reafirmamos que as diversas lutas em defesas das águas dizem
em alto e bom som que água não é e nem pode ser mercadoria. Não é recurso a ser
apropriado, explorado e destruído para bom rendimento dos negócios. Água é um
bem comum e deve ser preservada e gerida pelos povos para as necessidades da
vida, garantindo sua reprodução e perpetuação. Por isso, nosso projeto para as
águas tem na democracia um pilar fundamental. É só por meio de processos
verdadeiramente democráticos, que superem a manipulação da mídia e do dinheiro,
que os povos podem construir o poder popular, o controle social e o cuidado
sobre as águas, afirmando seus saberes, tradições e culturas em oposição ao
projeto autoritário, egoísta e destrutivo do capital. Somos radicalmente
contrários às diversas estratégias presentes e futuras de apropriação privada
sobre a água, e defendemos o caráter público, comunitário e popular dos
sistemas urbanos de gestão e cuidado da água e do saneamento. Por isso saudamos
e estimulamos os processos de reestatização de companhias de água e esgoto e
outras formas de gestão.
Seguiremos denunciando as tentativas de privatização e
abertura de Capital, a exemplo do que ocorre no Brasil, onde 18 estados
manifestaram interesse na privatização de suas companhias. Defendemos o
trabalho decente, assentado em relações de trabalho democráticas, protegidas e
livre de toda forma de precarização. Também é fundamental a garantia do acesso
democrático e sustentável à água junto à implementação da reforma agrária e
defesa dos territórios, com garantia de produção de alimentos em bases
agroecológicas, respeitando as práticas tradicionais e buscando atender a
soberania alimentar dos trabalhadores e trabalhadoras urbanos e do campo,
florestas e águas.
Estamos comprometidos com a superação do patriarcado e da
divisão sexual do trabalho, pelo reconhecimento de que o trabalho doméstico e
de cuidados está na base da sustentabilidade da vida. O combate ao racismo
também nos une na luta pelo reconhecimento, titulação e demarcação dos
territórios dos povos originários e comunidades tradicionais e na reparação ao
povo negro e indígena que vive marginalizado nas periferias dos centros
urbanos. Nosso projeto é orientado pela justiça e pela solidariedade, não pelo
lucro. Nele ninguém passará sede ou fome, e todos e todas terão acesso à água
de qualidade, regular e suficiente bem como aos serviços públicos de
saneamento.
Nosso plano de ações
e lutas
A profundidade de nossas debates e elaborações coletivas, o
sucesso da nossa mobilização, a diversidade do nosso povo e a amplitude dos
desafios que precisam ser combatidos nos impulsionam a continuar o
enfrentamento ao sistema capitalista, patriarcal, racista e colonial, tendo
como referência a construção da aliança e da unidade entre toda a diversidade
presente no FAMA 2018. Trabalharemos, através de nossas formas de luta e
organização para ampliar a força dos povos no combate à apropriação e
destruição das águas. A intensificação e qualificação do trabalho de base junto
ao povo, a ação e a formação política para construir uma concepção crítica da
realidade serão nossos instrumentos. O povo deve assumir o comando da luta.
Apostamos no protagonismo e na criação heroica dos povos.
Vamos praticar nosso apoio e solidariedade internacional a
todos os processos de lutas dos povos em defesa da água denunciam a arquitetura
da impunidade, que, por meio dos regimes de livre-comércio e investimentos,
concede privilégios às corporações transnacionais e facilitam seus crimes
corporativos. Multiplicaremos as experiências compartilhadas no Tribunal Popular
das Mulheres, para a promoção da justiça popular, visibilizando as denúncias
dos crimes contra a nossa soberania, os corpos, os bens comuns e a vida das
mulheres do campo, das florestas, águas e cidades. A água é dom que a
humanidade recebeu gratuitamente, é direito de todas as criaturas e bem comum.
Por isso, nos comprometemos a unir mística e política, fé e profecia em suas
práticas religiosas, lutando contra os projetos de privatização,
mercantilização e contaminação das águas que ferem a sua dimensão sagrada.
O Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) apoia, se
solidariza e estimulará todos os processos de articulação e de lutas dos povos
no Brasil e no mundo, tais como a construção do “Congresso do Povo”, do
“Acampamento Terra Livre”, da “Assembleia Internacional dos Movimentos e
Organizações dos Povos”, da “Jornada Continental pela Democracia e Contra o
Neoliberalismo”; da campanha internacional para desmantelar o poder corporativo
e pelo “tratado vinculante” como ferramenta para exigir justiça, verdade e
reparação frente aos crimes das transnacionais. Convocamos todos os povos a
lutar juntos para defender a água. A água não é mercadoria. A água é do povo e
pelos povos deve ser controlada. É tempo de esperança e de luta. Só a luta nos
fará vencer. Triunfaremos!
Assinam a declaração:
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil Articulação Semiárido Brasileiro
Associação Brasileira de Saúde Coletiva Associação Nacional dos Serviços
Municipais de Saneamento Cáritas Brasil Central de Movimentos Populares
Conselho Nacional das Populações Extrativistas Confederação Nacional dos
Urbanitários Confederação Nacional das Associações de Moradores Coordenação
Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil Confederação Nacional dos Trabalhadores
na Agricultura Comissão Pastoral da Terra Confederação Sindical de
Trabalhadores/as das Américas Central Única dos Trabalhadores Federação de
Órgãos para Assistência Social e Educacional
Fórum Brasileiro de ONGs
e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Federação
Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal Federação
Interestadual de Sindicatos de Engenheiros Frente Nacional pelo Saneamento
Ambiental Federação Nacional dos Urbanitários Federação Única dos Petroleiros
Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social Instituto Brasileiro de Proteção
Ambiental Internacional de Serviços Públicos Marcha Mundial das Mulheres
Movimento dos Atingidos por Barragens Movimento dos Pequenos Agricultores
Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ONG
Proscience Rede Mulher e Mídia Serviço Interfranciscano de Justiça Paz e
Ecologia Sociedade Internacional de Epidemiologia Ambiental Vigência.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
Ecoteologia y mineria
En este diálogo, el teólogo brasileño
Afonso Murad, revela la conexión de la minería con la teología y cómo, a partir
de los desafíos concretos de la minería, podemos hacer lectura de la fe
cristiana. Esa es la cuestión central de la Ecoteología. La entrevista la
realizó el misionero comboniano Dário Bossi, de la Red Iglesias y Minería:
Seguramente
muchos se preguntarán ¿qué conexión puede existir entre la Teología y la
Minería?, y también ¿de qué manera la Ecoteología puede ser útil a las
comunidades que resisten y a las iglesias que se oponen al impacto de la
minería?
La minería es
un sector dentro de la cadena productiva de economía del mercado, donde la
gente percibe un mayor impacto directo sobre el ambiente. La destrucción de las
fuentes de agua, la destrucción de los bosques, un impacto sobre el agua y toda
la biodiversidad, entonces, claro que eso tiene que ver muy de cerca con la
teología.
Segundo,
percibimos como la minería es un fenómeno de destrucción, aniquilamiento de las
comunidades que están en sus territorios que ahora son ocupados por las
empresas mineras. Entonces, son grandes exigencias para los cristianos en
defensa de los pobres, de las comunidades tradicionales: quilombolas,
indígenas, comunidades ribereñas. Esto nos toca de cerca, de alguna manera nos
convoca a estar al lado y junto a los débiles. En ese sentido, diría que la
minería da muchas cosas a la teología porque trae elementos nuevos, fuertes y
nosotros aquí estamos, queriendo hacer ese largo camino de lectura de la fe
cristiana a partir de esos desafíos específicos que nos plantea la actividad
minera.
¿Cómo
define usted a la Ecoteología?
La teología es
una reflexión crítica, sistemática, elaborada sobre la fe cristiana o sobre
cualquier tema significativo, a luz de la fe cristiana. Desde ese punto de
partida, la Ecoteología es una teología que se hace en el horizonte de la
ecología -no es que ella trata solo de ecología-, Sino que lo hace desde la
convicción que nosotros, seres humanos, formamos parte de la Casa Común, del
planeta tierra. Esta Casa Común que la habitamos con otros seres abióticos como
el agua, el aire, la energía, el sol, y todos los otros seres vivos desde las
plantitas hasta los grandes árboles, desde los insectos hasta los mamíferos.
Nosotros somos parte de esa tierra, de esa Casa Común. Por lo tanto, nosotros
somos responsables para que ella continúe habitable, esa es la gran realidad
que nos impulsa a hacer una Ecoteología. O sea, cómo comprender la llamada
doctrina cristiana, la Revelación, cómo vivir la fe cristiana dentro de ese
horizonte. Y, también, Cómo contribuir para tornar nuestro planeta más
habitable y más guiado principalmente por los más pobres.
¿Qué espera
usted de la Red Iglesias y Minería, en un contexto en que las empresas se están
acercando también a las iglesias y, por otro lado, las comunidades están
pidiendo apoyo? En un futuro, cuáles son los pasos que la red puede realizar
Una primera
cosa para mí como teólogo, participar de la red es un aprendizaje constante. Yo
nací en una región donde oía como pasaba el tren llevando mineral de hierro
todos los días. Pero, yo nunca me di cuenta de lo que éso significaba para el
medio ambiente, y para las poblaciones afectadas.
Sucede qué la
minería es una dimensión invisible de la explotación. Quienes vivimos en las
ciudades desconocemos los problemas que genera la minería; la minería de
hierro, de oro, de los metales radioactivos, eso nos toca muy poco. Nosotros
consumimos materiales relacionados a los metales y no sabemos de dónde vienen
ni qué impactos causan. Entonces, yo pienso que el tema de la minería es muy
importante para la Ecoteología y para las Iglesias.
En referencia
a la importancia de las redes: Trabajar en red es fundamental, exactamente
porque nosotros somos débiles. El poder económico de las grandes mineras que
hacen una alianza perversa con el poder político, nos convoca a juntarnos. Y
ahí pienso también que la Red Iglesias y Minería, efectivamente tiene que ser
más ecuménica, de “iglesias”. Reunir, por ejemplo, a las pequeñas iglesias
evangélicas, que son minoría, pero que están comprometidas con la cuestión
social para así tener más fuerza. Ese tipo de red son efectivas porque divulgan
información, muestran las luchas exitosas, ayudan a madurar la metodología y a
responder esa pregunta vital que es: ¿cuáles son las estrategias exitosas de
nuestros aliados -y de nosotros también- y cuáles son las estrategias que
nuestros opositores utilizan. Si no trabajamos en red, muy poco podemos
avanzar.
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
Tecnologia e violência (Aspectos históricos)
Eduardo Hoonaert
Muitos de nós pensam que a
tecnologia é ‘neutra’ e não tem nada a ver com violência. Mas quem estuda a
história pensa diferente. Basta contemplar a história do Brasil, de Cuba, do
sul dos Estados Unidos e de Colômbia, para verificar como a simples tecnologia
de transformar cana de açúcar em tabletes de rapadura (açúcar não refinado)
está na origem do tráfico negreiro e das misérias da escravidão, que perduram
até hoje.
Como o tema é pouco conhecido e
de grande importância, a presente contribuição na série ‘violência’ será um
pouco mais comprida que as anteriores e vai se desdobrar em dois textos. Vou me
concentrar numa história concreta: a história da produção tecnológica de
tecidos a partir de algodão. Isso pelo seguinte motivo: três anos atrás, o escritor
americano Sven Beckert publicou um livro impressionante, que demonstra como a
tecnologia do algodão mudou, nos últimos séculos, a face do mundo. O título do
livro é Empire of Cotton (Vintage Books, New York, 2015) e mostra como o
‘império inglês’, na realidade, é o ‘império do algodão’. Pelo que me consta, o
livro não foi traduzido ao português. Nele se pode ler, a partir do exemplo da
tecnologia do algodão, como se deu o surgimento e o crescimento do capitalismo
industrial, a lógica da agricultura industrial e das multinacionais de
alimentos etc.
Ao longo de milhares de anos, os
povos cultivam seu algodão em equilíbrio com as lavouras de alimentos. Há um
equilíbrio. Como se entende então que, a partir do final do século XVIII,
depois de muitos milhares de anos de crescimento econômico lento em toda a
humanidade, algumas partes dessa humanidade repentinamente se tornam muito
ricas, enquanto outras mergulham na pobreza? Eis o que a história do algodão
industrial mostra, pois ela marca o início da Revolução Industrial. Embora, na
atualidade, a indústria de algodão tenha sido ultrapassada por outras
indústrias, o produto continua a ser importante para o emprego e o comércio
mundiais. A produção mundial, em 2013, foi de 123 milhões de fardos, cada um
com cerca de 180 quilos, suficientes para 20 camisetas por pessoa.
Estima-se que, já em 1621, a
Companhia das Índias Orientais – criada pelos ingleses em 1600 – importou cerca
de 50 mil peças de produtos de algodão para a Grã-Bretanha. No entanto, esse
comércio era marginal em comparação com o que os comerciantes do Oriente Médio
e da Índia negociavam. Esses últimos detinham, durante séculos, o comércio
internacional nas mãos, ou seja, ‘vestiam a humanidade’. Mas, a partir do
momento em que os ingleses começaram a ‘dominar as águas’ (‘rule the waves’),
ou seja, possuíam as frotas marítimas mais poderosas do mundo, as coisas
mudaram. A tese do livro acima citado
consiste em mostrar que, concomitantemente com a presença sempre mais forte do
Império Britânico em todo o planeta, se deu o primeiro processamento de algodão
na Inglaterra, exatamente em 1784.
Em 1784, a cidade inglesa de
Liverpool se tornou um rico porto de tráfico de escravos e é com base nessa
riqueza negreira que a emergente indústria de algodão pôde florescer. Um membro
de alguma família negreira bem situada, Samuel Greg, reuniu em 1784, numa
pequena fábrica às margens do Rio Bollin, algumas máquinas de fiação
ultramodernas (conhecidas como water frame), movidas a água (ainda não a
vapor). Um grupo de órfãos e trabalhadores domésticos de aldeias da região
começou a trabalhar com um estoque de algodão proveniente do Caribe. Toda
novidade de Greg consistia no fato que ele não utilizava mais a força do
músculo humano, mas a queda d’água. Embora modesta, sua fábrica era algo novo,
que ia mudar os destinos do mundo. Pela primeira vez na história humana, a
produção de fios era feita por máquinas não impulsionadas por mãos humanas.
A fábrica de Greg provocou
mudanças que ele mesmo nunca imaginou. A matéria-prima que ele precisava para
as suas máquinas era fornecida por comerciantes de Liverpool, os quais a haviam
comprado de navios provenientes da Jamaica e do Brasil. Greg passou a expulsar
fiadores e tecelões indianos que até então dominavam a produção, tanto no
mercado doméstico quanto no internacional. Além disso, ele lutou para que
grande parte de sua produção deixasse o Reino Unido e sustentasse o comércio de
escravos na Costa Oeste da África, além de vestir seus próprios escravos em
Santo Domingos, no Caribe.
Mais, ele começou a atender
usuários na Europa Continental, fora da Inglaterra. Assim se formou uma vasta
rede internacional. Partindo de Liverpool, os comerciantes britânicos dominavam
os mares e formavam as redes comerciais. Desse modo se formou um triângulo de
consequências positivas para uns, nefastas para outros. Eis os pontos do
triângulo:
a. a Inglaterra (Liverpool) que, naquela época, controlava
os mares com sua frota comercial e militar;
b. a África Ocidental, onde os ingleses trocavam seus
tecidos por escravos;
c. a América, que comprava escravos em troca de fardos de
algodão cru cultivados por escravos da África.
Era a repetição do triângulo
feito em torno da produção de açúcar no Brasil, no Caribe e na América do
Norte, mas desta vez com repercussões mundiais. Os fardos de algodão eram
usados como carga de retorno a Liverpool ou Manchester, onde os tecidos eram
fabricados. Desse modo, a carga dos navios estava sempre assegurada. As
máquinas maravilhosas de Greg, impulsionadas pela força da água (e, mais tarde,
por vapor), impulsionavam outra inovação de grande importância: passaram a ser
operadas por assalariados e se tornaram fonte de riqueza por causa da grande
acumulação de capital. Isso criou um novo tipo de Estado, impulsionador do
‘progresso’, ou seja, criado como principal pilar do novo império do algodão. A
partir desse embrião local nas redondezas de Liverpool, a Inglaterra acabaria
por dominar uma economia global amplamente ramificada e por se apropriar de uma
das principais indústrias da humanidade.
A Inglaterra passou a ‘vestir a humanidade’ e estendeu suas asas por
todo o globo. Eis como nasceu o mundo como a conhecemos hoje.
Sob pressão do império do algodão
inglês, os agricultores na Ásia e na África foram forçados a entrar na
monocultura do algodão, o que resultou, às vezes, em grande escassez de
alimentos. Morreram milhões de pessoas em 1877 e, novamente, na década de 1890,
tanto na Índia como no Nordeste do Brasil. A especialização em algodão – com
seus preços voláteis – dominava o universo do dinheiro. Estamos diante de uma
evolução violenta, que causa a morte de milhões de pessoas, enquanto beneficia
a poucos ricos.
Outro mundo é possível? Outro
modelo de tecnologia que não seja violenta e não cause morte e pobreza para
muitos, enquanto produz riqueza para poucos? Existe tecnologia não violenta?
Gandhi tentou, outros ainda tentam, até hoje. Num próximo texto, prossigo
contando essa história de imbricação entre tecnologia e violência.
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