quinta-feira, 19 de março de 2009

Hora do planeta

Este gesto começou na Austrália, cresceu e agora se tornou algo grande.
No próximo dia 28 de Março, vai ser realizada a primeira manifestação planetária contra o aquecimento global. É uma forma de se manifestar contra o descuido com a nossa casa, a Terra.
O ato é simples e significativo. No próximo dia 28 de março, sábado, as 20h30, no fuso horário que você estiver, "vote" contra as barbaridades que estão sendo cometidas contra o planeta, desligando a luz da sala de sua casa durante uma hora. Melhor ainda se for a casa inteira.
Não é uma questão de economizar energia, mas de demonstração de uma consciência que aos poucos surge em vários cantos do nosso planeta. Faça este gesto simbólico! Passe a notícia adiante.
No nosso país, esta iniciativa foi encabeçada pela ONG internacional WWF.
Veja links e dicas no site:
Se você quiser copiar e divulgar os clipes, acesse também
ou

E, que tal organizar algo comunitariamente?


quarta-feira, 18 de março de 2009

Sal da Terra (música)

Esta composição de Beto Guedes apresenta, de forma poética, os princípios da postura humana para a sustentabilidade, o cuidado com o planeta e o compromisso com a causa sócioambiental. Vale a pena cantar e refletir.

Anda, quero te dizer nenhum segredo
Falo desse chão, da nossa casa,
vem que tá na hora de arrumar
Tempo, quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante, nem por isso quero me ferir

Vamos precisar de todo mundo prá banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver

A paz na Terra, amor, o pé na terra
A paz na Terra, amor, o sal da...

Terra, és o mais bonito dos planetas
Estão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã
Canta, leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com teus frutos, tu que és do homem a maçã

Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois
Prá melhor juntar as nossas forças é só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois

Deixa nascer o amor
Deixa fluir o amor
Deixa crescer o amor
Deixa viver o amor

Veja o clipe e cante com Jota Quest e Beto Guedes:
http://www.youtube.com/watch?v=Sv0ozVIOcY0

Ecoalfabetização e sustentabilidade

Este texto de Fritjof Capra, adaptado do epílogo do seu livro “A Teia da Vida: uma nova compreensão dos sistemas vivos” (Ed. Cultrix - Amana-Ke), articula os princípios da alfabetização ecológica com o conceito de sustentabilidade, de forma ampla, crítica e criativa.

Introdução
(a) Reconectar-se com a teia da vida significa construir, nutrir e educar comunidades sustentáveis, nas quais podemos satisfazer nossas aspirações e necessidades sem diminuir as chances das gerações futuras. Para realizar essa tarefa, podemos aprender valiosas lições extraídas do estudo de ecossistemas, que são comunidades sustentáveis de plantas, de animais e de microorganismos. Para compreender essas lições, precisamos aprender os princípios básicos da ecologia. Ser ecologicamente alfabetizado, ou “ecoalfabetizado”, significa entender os princípios de organização das comunidades ecológicas (ecossistemas) e usar esses princípios para criar comunidades humanas sustentáveis. É preciso revitalizar nossas comunidades – inclusive nossas comunidades educativas, comerciais e políticas - de modo que os princípios da ecologia se manifestem nelas como princípios de educação, de administração e de política.
(b) A teoria dos sistemas vivos fornece um arcabouço conceitual para o elo entre comunidades ecológicas e comunidades humanas. Ambas são sistemas vivos que exibem os mesmos princípios básicos de organização. Trata-se de redes que são organizacionalmente fechadas, mas abertas aos fluxos de energia e de recursos; suas estruturas são determinadas por suas histórias de mudanças estruturais; são inteligentes devido às dimensões cognitivas inerentes aos processos da vida.
(c) Há muitas diferenças entre ecossistemas e comunidades humanas. Nos ecossistemas não existe autopercepção, nem linguagem, nem consciência e nem cultura; portanto, neles não há justiça nem democracia; mas também não há cobiça nem desonestidade. Não podemos aprender algo sobre valores e fraquezas humanas a partir de ecossistemas. Mas devemos aprender com eles como viver de maneira sustentável. Durante mais de três bilhões de anos de evolução, os ecossistemas do planeta têm se organizado de maneiras sutis e complexas, a fim de maximizar a sustentabilidade. Essa sabedoria da natureza é a essência da eco-alfabetização. Os princípios básicos da ecologia serão utilizadas como diretrizes para construir comunidades humanas sustentáveis.

Interdependência
(d) O primeiro desses princípios é a interdependência. Todos os membros de uma comunidade ecológica estão interligados numa vasta e intrincada rede de relações, a teia da vida. Eles derivam suas propriedades essenciais e a própria existência, de suas relações com outras coisas. A interdependência - a dependência mútua de todos os processos vitais dos organismos - é a natureza de todas as relações ecológicas. O comportamento de cada membro vivo do ecossistema depende do comportamento de muitos outros. O sucesso da comunidade toda depende do sucesso de cada um de seus membros, enquanto que o sucesso de cada membro depende do sucesso da comunidade como um todo.
(e) Entender a interdependência ecológica significa entender relações. Isso determina as mudanças de percepção que são características do pensamento sistêmico - das partes para o todo, de objetos para relações, de conteúdo para padrão. Uma comunidade humana sustentável está ciente das múltiplas relações entre seus membros. Nutrir a comunidade significa nutrir essas relações.
(f) O fato de que o padrão básico da vida é um padrão de rede significa que as relações entre os membros de uma comunidade ecológica são não-lineares, envolvendo múltiplos laços de realimentação. Cadeias lineares de causa e efeito existem muito raramente nos ecossistemas. Desse modo, uma perturbação não estará limitada a um único efeito, mas tem probabilidade de se espalhar em padrões cada vez mais amplos. Ela pode até mesmo ser amplificada por laços de realimentação interdependentes, capazes de obscurecer a fonte original da perturbação.

Reciclagem e energia renovável
(g) A natureza cíclica dos processos ecológicos é um importante princípio da ecologia. Os laços de realimentação dos ecossistemas são as vias ao longo das quais os nutrientes são continuamente reciclados. Sendo sistemas abertos, todos os organismos de um ecossistema produzem resíduos, mas o que é resíduo para uma espécie é alimento para outra, de modo que o ecossistema como um todo permanece livre de resíduos. As comunidades de organismos têm evoluído dessa maneira ao longo de bilhões de anos, usando e reciclando continuamente as mesmas moléculas de minerais, de água e de ar. Aqui, a lição para as comunidades humanas é óbvia. Um dos principais desacordos entre a economia e a ecologia deriva do fato de que a natureza é cíclica, enquanto que nossos sistemas industriais são lineares. Nossas atividades comerciais extraem recursos, transformam-nos em produtos e em resíduos, e
vendem os produtos para os consumidores, que descartam ainda mais resíduos depois de ter consumido os produtos. Os padrões sustentáveis de produção e de consumo precisam ser cíclicos, imitando os processos cíclicos da natureza. Para conseguir esses padrões cíclicos, precisamos replanejar num nível fundamental as atividades comerciais e a economia.
(i) Os ecossistemas diferem dos organismos individuais pelo fato de que são, em grande medida (mas não completamente), sistemas fechados com relação ao fluxo de matéria, embora sejam abertos com relação ao fluxo de energia. A fonte básica desse fluxo de energia é o Sol. A energia solar, transformada em energia química pela fotossíntese das plantas verdes, aciona a maioria dos ciclos ecológicos. As implicações para a manutenção de comunidades humanas sustentáveis são, mais uma vez, óbvias. A energia solar, em suas muitas formas - a luz do Sol para o aquecimento solar e para a obtenção de eletricidade fotovoltaica, o vento e a energia hidráulica, a biomassa, e assim por diante - é o único tipo de energia que é renovável, economicamente eficiente e ambientalmente benigna. Negligenciando esse fato ecológico, nossos líderes políticos e empresariais, repetidas vezes ameaçam a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo.
(j). A descrição da energia solar como economicamente eficiente presume que os custos da produção de energia sejam computados com honestidade. Não é esse o caso na maioria das economias de mercado da atualidade. O chamado mercado livre não fornece aos consumidores informações adequadas, pois os custos sociais e ambientais de produção não participam dos atuais modelos econômicos. Esses custos são rotulados de variáveis “externas” pelos economistas do governo e das corporações, pois não se encaixam nos seus arcabouços teóricos.
(l) Os economistas corporativos tratam como bens gratúitos não somente o ar, a água e o solo mas também a delicada teia das relações sociais, que é seriamente afetada pela expansão econômica contínua. Os lucros privados estão sendo obtidos com os custos públicos em detrimento do meio ambiente e da qualidade geral da vida, e às expensas das gerações futuras. O mercado, simplesmente, nos dá a informação errada. Há uma falta de realimentação, e a alfabetização ecológica básica nos ensina que esse sistema não é sustentável.
(m) Uma das maneiras mais eficientes para se mudar essa situação seria uma reforma ecológica dos impostos. Seriam acrescentados impostos aos produtos, às formas de energia, aos serviços e aos materiais existentes, de maneira que os preços refletissem melhor os custos reais. Para ser bem sucedida, uma reforma ecológica dos impostos precisaria ser um processo lento para proporcionar às novas tecnologias e aos novos padrões de consumo tempo suficiente para se adaptar, e encorajar inovações industriais. À medida que isso acontecer, a agricultura orgânica se tornará não só um meio de produção de alimentais mais saudável como também mais barato.

Parceria
(n) A parceria é uma característica essencial das comunidades sustentáveis. Num ecossistema, os intercâmbios cíclicos de energia e de recursos são sustentados por uma cooperação generalizada. Desde a criação das primeiras células nucleados há mais de dois bilhões de anos, a vida na Terra tem prosseguido por intermédio de arranjos cada vez mais intrincados de cooperação e de coevolução. A parceria - a tendência para formar associações, para estabelecer ligações, para viver dentro de outro organismo e para cooperar - é um dos “certificados de qualidade” da vida.
(o) Nas comunidades humanas, parceria significa democracia e poder pessoal, pois cada membro da comunidade desempenha um papel importante. Combinando o princípio da parceria com a dinâmica da mudança e do desenvolvimento, também podemos utilizar o termo “coevolução” de maneira metafórica nas comunidades humanas. À medida que uma parceria se processa, cada parceiro passa a entender melhor as necessidades dos outros. Numa parceria verdadeira, confiante, ambos os parceiros aprendem e mudam – eles coevoluem. Aqui, mais uma vez, notamos a tensão básica entre o desafio da sustentabilidade ecológica e a maneira pela qual nossas sociedades atuais são estruturadas, a tensão entre economia e a ecologia. A economia enfatiza a competição, a expansão e a dominação; ecologia enfatiza a cooperação, a conservação e a parceria.
(p) Os princípios da ecologia mencionados até agora - a interdependência, o fluxo cíclico de recursos, a cooperação ou a parceria - são, todos eles, diferentes aspectos do mesmo padrão de organização. É desse modo que os ecossistemas se organizam para maximizar a sustentabilidade. Uma vez que entendemos esse padrão, podemos fazer perguntas mais detalhadas. Por exemplo, qual é a elasticidade dessas comunidades ecológicas? Como reagem a perturbações externas? Essas questões nos levam a mais dois princípios da ecologia - flexibilidade e diversidade - que permitem que os ecossistemas sobrevivam a perturbações e se adaptem a condições mutáveis.

Flexibilidade
(q) A flexibilidade de um ecossistema é uma consequência de seus múltiplos laços de realimentação, que tendem a levar o sistema de volta ao equilíbrio sempre que houver um desvio com relação à norma, devido a condições ambientais mutáveis. Por exemplo, se um verão inusitadamente quente resultar num aumento de crescimento de algas num lago, algumas espécies de peixes que se alimentam dessas algas podem prosperar e se proliferar mais, de modo que seu número aumente e eles comecem a exaurir a população das algas. Quando sua principal fonte de alimentos for reduzida, os peixes começarão a desaparecer. Com a queda da população dos peixes, as algas se recuperarão e voltarão a se expandir. Desse modo, a perturbação original gera uma flutuação em torno de um laço de realimentação, o qual, finalmente, levará o sistema peixes/algas de volta ao equilíbrio.
(r) Perturbações desse tipo acontecem durante o tempo todo, pois coisas no meio ambiente mudam durante o tempo todo, e, desse modo, o efeito resultante é a transformação contínua. Todas as variáveis que podemos observar num ecossistema - densidade populacional, disponibilidade de nutrientes, padrões metereológicos, e assim por diante - sempre flutuam. É dessa maneira que os ecossistemas se mantêm num estado flexível, pronto para se adaptar a condições mutáveis. A teia da vida é uma rede flexível e sempre flutuante. Quanto mais variáveis forem mantidas flutuando, mais dinâmico será o sistema, maior será a sua flexibilidade e maior será sua capacidade para se adaptar a condições mutáveis.
(s) Todas as flutuações ecológicas ocorrem entre limites de tolerância. Há sempre o perigo de que todo o sistema entre em colapso quando uma flutuação ultrapassar esses limites e o sistema não consiga mais compensá-la. O mesmo é verdadeiro para as comunidades humanas. A falta de flexibilidade se manifesta como tensão. Em particular, haverá tensão quando uma ou mais variáveis do sistema forem empurradas até seus valores extremos, o que induzirá uma rigidez intensificada em todo o sistema. A tensão temporária é um aspecto essencial da vida, mas a tensão prolongada é nociva e destrutiva para o sistema. Essas considerações levam à importante compreensão de que administrar um sistema social - uma empresa, uma cidade ou uma economia - significa encontrar os valores ideais para as variáveis do sistema. Se tentarmos maximizar qualquer variável isolada em vez de otimizá-la, isso levará, invariavelmente, à destruição do sistema como um todo.
(t) O princípio da flexibilidade também sugere uma estratégia correspondente para a resolução de conflitos. Em toda comunidade haverá, invariavelmente, contradições e conflitos, que não podem ser resolvidos em favor de um ou do outro lado. Por exemplo, a comunidade precisará de estabilidade e de mudança, de ordem e de liberdade, de tradição e de inovação. Esses conflitos inevitáveis são muito mais bem-resolvidos estabelecendo-se um equilíbrio dinâmico, em vez de sê-lo por meio de decisões rígidas. A alfabetização ecológica inclui o conhecimento de que ambos os lados de um conflito podem ser importantes, dependendo do contexto, e que as contradições no âmbito de uma comunidade são sinais de sua diversidade e de sua vitalidade e, desse modo, contribuem para a viabilidade do sistema.

Diversidade e resiliência
(u) Nos ecossistemas, o papel da diversidade está estreitamente ligado com a estrutura em rede do sistema. Um ecossistema diversificado será flexível, pois contém muitas espécies com funções ecológicas sobrepostas que podem, parcialmente, substituir umas às outras. Quando uma determinada espécie é destruída por uma perturbação séria, de modo que um elo da rede seja quebrado, uma comunidade diversificada será capaz de sobreviver e de se reorganizar, pois outros elos da rede podem, pelo menos parcialmente, preencher a função da espécie destruída. Em outras palavras, quanto mais complexa for a rede, quanto mais complexo for o seu padrão de interconexões, mais elástica ela será. Nos ecossistemas, a complexidade da rede é uma consequência da sua biodiversidade e, desse modo, uma comunidade ecológica diversificada é uma comunidade elástica. Nas comunidades humanas, a diversidade étnica e cultural pode desempenhar o mesmo papel. Diversidade significa muitas relações diferentes, muitas abordagens diferentes do mesmo problema. Uma comunidade diversificada é uma comunidade elástica, capaz de se adaptar a situações mutáveis.
(v) No entanto, a diversidade só será uma vantagem estratégica se houver uma comunidade realmente vibrante, sustentada por uma teia de relações. Se a comunidade estiver fragmentada em grupos e em indivíduos isolados, a diversidade poderá, facilmente, tornar-se uma fonte de preconceitos e de atrito. Porém, se a comunidade estiver ciente da interdependência de todos os seus membros, a diversidade enriquecerá todas as relações e, desse modo, enriquecerá a comunidade como um todo, bem como cada um dos seus membros. Nessa comunidade, as informações e as idéias fluem livremente por toda a rede, e a diversidade de interpretações e de estilos de aprendizagem - até mesmo a diversidade de erros - enriquecerá toda a comunidade.

Conclusão aberta
Os princípios da ecologia - interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade, diversidade são os sustentabilidade. A sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização ecológica, da nossa capacidade para entender esses princípios da ecologia e viver em conformidade com eles.

domingo, 8 de março de 2009

Ecologia como ética, ciência e paradigma

A palavra “ecologia” tem muitos sentidos e conotações. Para efeito didático, selecionaram-se aqui três dimensões básicas que se implicam neste conceito. A ecologia é simultaneamente: (1) movimento planetário de natureza ética, (2) ciência e (3) paradigma. Pode-se começar com qualquer um deles, pois estão intimamente relacionados. Cada dimensão oferece possibilidades de diálogo com a fé cristã e o seu saber, a teologia. Partiremos da dimensão ética e prática, considerando que as ações humanas são “ato primeiro”, parafraseando G. Gutiérrez.

A ecologia como ética e prática
Basta abrir jornais e revistas, ouvir noticiários na rádio, ou percorrer os canais de TV em diversos programas, para se dar conta de que a questão ambiental está presente na mídia quase todos os dias. Ela aparece como constatação (“o meio ambiente está cada vez mais fragilizado, devido à ação humana”) e interpelação (“é necessário fazer algo para mudar esta situação”). Aqui reside o caráter ético da ética. Responsabiliza-se o ser humano pela crescente destruição das “comunidades de vida” ou ecossistemas e pede-se dele uma nova postura.
Enquanto ética e prática, a ecologia constitui um amplo movimento, no qual fazem parte cidadãos comuns, ambientalistas, ONGs, grupos religiosos, pesquisadores e empreendedores. O que os reúne é o compromisso de fazer algo para o bem do planeta. O movimento ecológico não tem hierarquia nem mecanismo de controle ideológico. Organiza-se sobretudo como rede em torno a causas comuns, de diferentes amplitudes. Desde a ação local para manter limpo um riacho em determinada cidade, até o protocolo intergovernamental de abrangência mundial, para reverter o aquecimento global. No Brasil, há na Internet muitas redes de informação e mobilização em torno da questão ecológica. Por exemplo, a rede brasileira de educação ambiental (REBEA), e a rede em torno das mudanças climáticas (PROCLIMA). Nelas se divulgam informações, opiniões, estudos. E se convoca à participação em eventos e ações conscientizadoras.
O movimento ecológico emite um juízo de valor sobre a relação do ser humano com o meio ambiente. E o interpela, para que reverta os processos de destruição dos ecossistemas e assuma sua responsabilidade pelo presente e pelo futuro de nosso planeta. Tem, portanto, uma dupla vertente de valoração e de ação.
Uma parte significativa do movimento ecológico desenvolve um olhar crítico sobre as estruturas sócio-político-econômicas que regem a economia de mercado, no mundo globalizado. O atual modelo civilizatório exige cada vez mais energia, explora irresponsavelmente recursos finitos e desestrutura os ecossistemas. Está intimamente conectado com o capitalismo internacional. O mesmo sistema que concentra riqueza, exclui nações e povos, também explora e destrói o meio ambiente. Somente uma mudança radical, fora da economia de mercado, tornaria o nosso planeta viável no presente e no futuro. O próprio conceito de desenvolvimento precisa ser revisto.
Outras correntes defendem a bandeira do desenvolvimento sustentável, dentro do capitalismo. Trata-se de investir na ciência e na técnica, aperfeiçoar e corrigir os mecanismos de produção, consumo e descarte dos produtos, reduzir a poluição e aumentar a ecoeficiência. Apelam para um crescente compromisso dos cidadãos e das empresas, no sentido de minimizar o impacto ambiental. Exigem crescentes avanços na legislação dos países, para coibir abusos e punir crimes ambientais. Postulam uma governança planetária, mediada por protocolos e convenções que estabeleçam metas e compromissos das nações com o planeta.
A ecologia recoloca a questão dos valores, do cuidado com a vida, de forma duradoura. O conceito de sustentabilidade ecológica foi introduzido na década de 80 por Lester Brown. Mais tarde, no Relatório Brundtland (1987) se fala em desenvolvimento sustentável, como satisfazer “as necessidades da atual geração, sem comprometer as das gerações futuras”. Assim, sustentabilidade é o somatório de processos que visam garantir a continuidade da qualidade da vida para as novas gerações de seres humanos, animais, plantas e microorganismos.
O conceito de sustentabilidade sofreu uma evolução no correr dos últimos anos. Originalmente, no movimento ecológico, significava garantir a continuidade das “comunidades de vida” e o equilíbrio dos ecossistemas, no presente e no futuro. Tinha assim uma conotação exclusivamente ambiental. Mas o termo foi apropriado pelos gestores de empresas do mercado global, passando a significar a viabilidade e a continuidade de um negócio ou empreendimento. Também os líderes governamentais passaram a usar este termo, para sinalizar se determinadas políticas tinham perspectiva de continuidade em longo prazo. O Fórum Social Mundial levantou a bandeira da “insustentabilidade” do atual mercado global, especialmente em termos sociais. E propugnou um “novo mundo possível e necessário”, com formas diversas de produção, consumo e inclusão. Deste “conflito de interpretações” nasce o termo atual, que inclui a simultaneidade de aspectos ambientais, econômicos e sociais.

Gestão e educação ambientais
A ecologia não é uma ética abstrata, restrita a conselhos generalizados. Ao contrário, ela se traduz em dois grandes instrumentais práticos: a educação ambiental e a gestão ambiental. A primeira significa a somatória de processos que visam criar uma nova mentalidade e posturas correspondentes, na relação do ser humano com o nosso planeta, enquanto a “casa comum”. Sua abrangência é vasta, pois visa a reeducação da humanidade, em termos de percepção do mundo e dos valores que a orientam. A educação ambiental não veicula somente informações sobre o meio ambiente, mas também apura a sensibilidade, faz refletir sobre o sentido da atuação humana no ecossistema, e suscita ações individuais e coletivas, conferindo poder à comunidade local como protagonista de mudança.
Em vários cantos do mundo, a Educação Ambiental se desenvolveu, na sociedade civil e com estímulo do poder público. Na esfera da sociedade civil brasileira, criam-se ONGs e associações que promovem a consciência ecológica e o compromisso com a sustentabilidade junto às comunidades locais. Vários movimentos sociais incorporam a questão ambiental nas suas lutas. A Campanha da Fraternidade sobre a Água suscita uma série de iniciativas locais de natureza permanente. Escolas introduzem a Educação Ambiental como tema transversal. Empresas patrocinaram iniciativas de educação ambiental. Em âmbito governamental elabora-se a Política Nacional de Educação Ambiental, cujo marco é a lei 9.795/99. O Ministério do Meio Ambiente publica o ProNEA (Programa Nacional de Educação Ambiental), voltado à sociedade, enquanto o Ministério da Educação elabora os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da Educação Ambiental, destinados às escolas. Prefeituras e governos estaduais empreenderam iniciativas e criaram equipes de trabalho de Educação Ambiental. Atuando com diferentes públicos e interlocutores, a educação ambiental visa formar consciência planetária e preparar cidadãos para uma nova percepção do mundo.
A gestão ambiental compreende processos comunitários e institucionais para viabilizar a sustentabilidade. Envolve vários atores sociais, como grupos religiosos e sociais, consumidores, educadores, comunicadores e o poder público. De forma visível, a gestão ambiental tem sido aplicada de forma crescente nas empresas, em resposta à crescente sensibilidade da população para a questão ecológica e às exigências da legislação ambiental. Adotam-se mecanismos para uso racional de água e energia, reduzem-se a quantidade de resíduos e de sua toxidade, racionaliza-se o processo de produção. Cria-se o mote da “produção mais limpa” (P+L). Desenvolvem-se modelos e ferramentas, e sistemas de gestão ambiental (SGA). Consolida-se o processo de certificação ambiental com a norma ISO 14001, de 1996 e 2004.
A educação ambiental e a gestão ambiental fazem a ecologia penetrar no tecido social, nas mentes das pessoas, nas comunidades locais, e nas práticas de produção e consumo. Podem assumir perspectiva transformadora ou manter o sistema que destrói nosso planeta.

Mística que parte da ética
Há uma busca pelo transcendente no meio do movimento ecológico. Ao descobrir as belas conexões ocultas da teia da vida, as múltiplas relações de interdependência entre os seres vivos e os abióticos, as pessoas se extasiam e percebem que há uma dimensão de gratuidade, de mistério, que vai além do âmbito da ciência. Muitos se esforçam para encontrar um sentido integrador da existência pessoal, coletiva e cósmica. Adotam um estilo de vida mais saudável e responsável, em contraposição à lógica desumanizadora da sociedade de consumo. Alguns se servem de diferentes tradições religiosas, para fazer um processo de evolução espiritual, que inclui a integração das pulsões, o autoconhecimento, o equilíbrio energético e a prática da meditação.
Pode-se dizer que há uma “mística ecológica difusa” neste ambiente. Trata-se de uma perspectiva espiritual, sem vinculação à determinada religião. Tomam-se livremente elementos de tradições religiosas diversas, como as “religiões de raiz” ameríndias e as oriundas da África, o hinduísmo e o budismo, o esoterismo moderno, e até mesmo o cristianismo. Tende-se a um Deus impessoal, pura energia que circula no cosmos (imanente). O divino estaria no TODO (panteísmo).

A ecologia como ciência e paradigma
Enquanto ciência, a ecologia nasceu da biologia. Inicialmente, era compreendida como o estudo dos seres vivos em relação com o seu habitat. Daí evoluiu para a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e todas as interações possíveis entre estes e o seu meio. Literalmente, ecologia quer dizer o estudo ou discurso racional (logos) sobre a casa-Terra (oikos). Segundo F. Capra, a ecologia é o estudo de como a Casa Terra funciona, ou seja, as relações que interligam todos os moradores da nossa Casa comum. Constituem esta casa os seres abióticos e bióticos. Os primeiros, embora literalmente signifiquem “sem vida”, são fundamentais para os ciclos de matéria e energia no planeta: o solo, a água, o ar e a energia do sol. Os seres bióticos, por sua vez, compreendem os microorganismos (como bactérias, fungos e algas), as plantas e os animais. E entre os animais, estamos nós, os seres humanos.
Cada ciência tem objeto específico, perspectiva, epistemologia, método, jogo lingüístico próprio e comunidade validante. O objeto da ecologia são os ecossistemas: resultado das interações entre o conjunto de seres abióticos e os seres vivos em determinado contexto geográfico. Ecossistemas são redes de relações, das quais faz parte a ocupação humana.
A ecologia não é “um saber sobre a natureza”, e sim a ciência sobre a relação entre todos os seres, que torna possível a continuidade da vida no nosso planeta. No atual contexto planetário, ela pesquisa como o ser humano, ao conviver em determinados biomas, altera os biomas e o ecossistema. E também a busca de reequilíbrio. Por isso, não é a ciência da preservação, mas da gestão racional e sustentável dos recursos naturais, compreendidos no quadro mais amplo das “comunidades de vida”.
A mediação hermenêutica da ecologia se tornou tão importante quanto seu objeto de estudo. Já para Ernest Haeckel (+ 1919), primeiro formulador do conceito, a originalidade da ecologia consiste em superar o estudo isolado dos seres bióticos e abióticos, ao perceber as relações entre eles. Daí nasce a compreensão de “ambiente”, que é muito mais do que fauna e flora.
Ao dar o salto para um “saber de relações”, a ecologia postula uma mudança na forma de exercitar a ciência e na auto-compreensão do ser humano. L. Boff diz que a singularidade do saber ecológico consiste na transversalidade, isto é, “relacionar pelos lados (comunidade ecológica), para a frente (futuro), para trás (passado) e para dentro (complexidade) todas as experiências e todas as formas de compreensão como complementares e úteis no conhecimento do universo, na funcionalidade dentro dele e na solidariedade cósmica”.
Leonardo Boff define paradigma como “uma maneira organizada, sistemática e corrente de nos relacionarmos com nós mesmos e com todo o resto à nossa volta. Trata-se de modelos e padrões de apreciação, de explicação e de ação sobre a realidade circundante”. H. Küng distingue a extensão e a profundidade dos paradigmas, enquanto modelos de compreensão, classificando-os em macroparadigmas, mesoparadigmas e microparadigmas. Ora, a ecologia se transformou em macroparadigma, porque está alterando a autocompreensão do ser humano, que foi gerada na modernidade.
A aventura da modernidade caracteriza-se pelo antropocentrismo, pelo advento do sujeito autônomo (subjetividade) e pela universalização da ciência aplicada. Gesta-se uma visão linear e otimista da história, com a ilusão do “progresso infinito” e do “desenvolvimento ilimitado”. Os ecossistemas e suas comunidades de vida são reduzidos a “recursos naturais”. O mundo parece um reservatório infinito, do qual se pode retirar todo o necessário para produzir, vender e consumir. Ora, o paradigma ecológico questiona esta visão, por três vias.
a) A ecologia corrige e aperfeiçoa o antropocentrismo. O ser humano está no centro, mas junto com os outros seres, em busca de comunhão. É filho(a) da Terra, a própria Terra em sua expressão de consciência, de liberdade e de amor. O destino do ser humano está associado ao destino do cosmos. Superando o antropocentrismo egóico da modernidade, afirma-se que há uma circularidade: o universo é direcionado para o humano como o humano é voltado para o universo donde proveio. Pertencem-se mutuamente.
b) O paradigma ecológico revisa a subjetividade moderna, a partir das categorias “diversidade” e “interdependência”. Um dos princípios da ecoalfabetização, propugnado por F. Capra, é que a biodiversidade assegura a resiliência dos ecossistemas. Quanto mais espécies interagem, maior a resistência e a capacidade de reequilibrar-se. O mesmo vale para a convivência humana. Um ser humano sozinho, concebido de forma individualista, sem relação com os demais, centrado egoicamente em si mesmo, é extremamente frágil. A humanidade evolui e conquista equilíbrios mais complexos quando promove e inclui as diferenças de gerações, de gênero, de etnias e de culturas. A biodiversidade inspira a cultivar a antropodiversidade. O ser humano privado, individualista, competidor estaria condenado ao fracasso, em longo prazo. Os processos evolutivos do nosso planeta mostraram que não foram os mais fortes que sobreviveram, e sim aqueles que conseguiram estabelecer relações fortes de cooperação e interdependência.
c) O paradigma ecológico questiona a forma dominante de elaboração do conhecimento e fornece elementos para uma nova epistemologia. A ciência experimental, que define hoje nossa relação para com o universo, envolve duas dimensões constitutivas: compreender e modificar. Transformou-se numa forma de domínio, pois saber é controlar e objetivar. A ciência moderna negou a legitimidade de outras formas de diálogo com a natureza. Ora, o saber ecológico utiliza a razão instrumental da ciência moderna, mas também valoriza a razão simbólica e cordial (do coração), usa os sentidos corporais e espirituais. Assume que somos razão e afetividade. Assim, conhecer não é somente uma forma de dominar a realidade, mas também de entrar em comunhão com os outros seres. O sujeito pensante é parte do processo da realidade e de seu conhecimento reflexo.

Em síntese, um conceito abrangente de ecologia deve contemplar, no mínimo, estas três dimensões: ética, paradigma e ciência.

(Parte do artigo de Afonso Murad, publicado em Perspectiva Teológica, ano 2008)

sábado, 7 de março de 2009

Ecologia e Fé Cristã: proposta de curso

Caro(a) amigo(a):
Partilho com você a proposta de curso da disciplina "Ecologia e Fé Cristã", que desenvolvo na pós-graduação em Teologia, na FAJE (Faculdade Jesuíta em Belo Horizonte) e no ITESP (Instituto de Teologia de São Paulo).
I. Objetivos
Exercitar o diálogo da teologia com uma questão contemporânea significativa.
Ampliar o horizonte teológico, a partir do paradigma ecológico.
Expandir a consciência cristã cidadã, incorporando a ecologia na experiência de fé, na prática pastoral e no pensar teológico.
Intensificar a contribuição cristã para a ecologia e a sustentabilidade.
Repensar a relação entre a criação e salvação no diálogo com a ecologia global.

II. Conteúdo
1. Conceito e elementos fundamentais da ecologia global
- Primeira aproximação: a ecologia para além da biologia e da preservação.
- A ecologia como saber integrador e paradigma.
- Alfabetização ecológica, segundo F. Capra.
- Correntes de ética ambiental.
- Gestão Ambiental.
- Educação Ambiental.
- Política ambiental
- Ecologia e opção pelos pobres.

2. A teologia revisitada, à luz da ecologia
- Deus na criação, na visão de J. Moltman.
- Um olhar sobre a teologia da criação em perspectiva ecológica.
- Criação, encarnação, redenção e recapitulação: a ciclagem teológica.
- Espiritualidade holística: dos Salmos a T. Chardin.
- Mística e ecologia no diálogo interreligioso.

3. Algumas questões ecológicas contemporâneas
- Mudanças climáticas e aquecimento global.
- Água
- Energia
- Solo, agricultura e Biodiversidade
- Ciclo de vida dos produtos, resíduos sólidos e reciclagem
- Sustentabilidade: um sonho possível?

4. Síntese: instâncias de diálogo da teologia com a ecologia.

III. Metodologia
- Aulas expositivas e participativas
- Pesquisa na internet
- Construção coletiva no blog: http://ecologiaefe.blogspot.com/
- Visita(s) prática(s)
- Leituras prévias e apresentação
- Discussão de vídeos com experiências concretas

IV. Bibliografia básica
(A bibliografia será atualizada periodicamente. Ver em outro arquivo, neste blog)
Autoria: Afonso Murad

sexta-feira, 6 de março de 2009

Ecologia e fé cristã: bibliografia

1. Básica sobre ecologia e educação ambiental
Al Gore. Uma verdade inconveniente. São Paulo, Manole, 206, 325 pp.
AAVV. Como cuidar da nossa água. São Paulo, Ed. BEI, 2003, 176 pp.
AAVV. Almanaque Brasil Sócioambiental. São Paulo, Instituto Sócioambiental, 2004, 479pp.
Branco, Samuel M. O meio ambiente em debate. São Paulo, Moderna, 2004, 3ª ed. rev., 127pp.
Burne, David. Fique por dentro da ecologia. São Paulo, Cosac & Naify, 2001, 192 pp.
Callenbach, Ernest. Ecologia. Um guia de bolso. São Paulo, Peirópolis, 2001, 216 pp.
Croall, Stephen et Rankin, Willian. Conheça Ecologia. São Paulo, Proposta Editorial, sd, 174 pp.
De Miranda, Evaristo E. Ecologia. Coleção 50 palavras. São Paulo, Loyola, 1995, 91 pp.
Freire Dias, Genebaldo. Antropoceno. Iniciação à temática ambiental. São Paulo, Gaia, 2002, 110 pp.
Freire Dias, Genebaldo. Ecopercepção. Um resumo didático dos desafios sócioambientais. São Paulo, Gaia, 2004, 63 pp.
Freire Dias, Genebaldo. 40 contribuições pessoais para a sustentabilidade. São Paulo, Gaia, 2005. Gafo, Javier (org.). 10 palavras clave em Ecologia. Estella, Verbo Divino, 1999, 381 pp.
Trigueiro, André (org.). Meio ambiente no século XXI. Rio de Janeiro, Sextante, 2003, 367 pp.

2. Média e avançada sobre Ecologia Global
Bourg, Dominique (org.). Os sentimentos da natureza. Lisboa, Instituto Piaget, 1993, 191 pp.
Capra, Fritjof. As conexões ocultas. São Paulo, Cultrix.
Freire Dias, Genebaldo. Pegada ecológica e sustentabilidade humana. São Paulo, Gaia, 2002, 243 pp.
Frontier, Serge. Os ecossistemas. Lisboa, Instituto Piaget, 2001, 154pp.
Lamy, Michel. As camadas ecológicas do homem. Lisboa, Instituto Piaget, sd., 305 pp.
Leff, Enrique. Saber ambiental. Petrópolis, Vozes, 326 pp.
Pelizzoli, Marcelo L. A emergência do paradigma ecológico. Petrópolis, Vozes, 1999, 160 pp.
Pelizzoli, Marcelo L. Correntes de ética ambiental. Petrópolis, Vozes, 2002, 191 pp.
Penna, Carlos G. O estado do planeta. Sociedade de consumo e degradação ambiental. RJ, Record, 1999, 251pp.
Seitz, John L. Questões globais. Uma introdução. Lisboa, Instituto Piaget, 1999, 326 pp.
Shiva, Vandana. Monoculturas da mente. Perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia. São Paulo, Gaia, 2003, 239 pp.
Tompson, Willian I. Gaia. Uma teoria do conhecimento. São Paulo, Gaia, 2001, 3ª ed., 203 pp.
Unger, Nancy M. O encantamento humano. Ecologia e espiritualidade. São Paulo, Loyola, 1991, 94 pp.
Unger, Nancy M. (org.). Fundamentos filosóficos do pensamento ecológico. São Paulo, Loyola, 1992, 107pp.
Wackernagel, Mathis et Rees, Willian. Nuestra huella ecológica. Santiago, LOM Ediciones, 2001, 207pp.

3. Eco-teologia e teologia da Criação
AAVV. Bíblia e ecologia. Todas as árvores baterão palmas. Sinodal-Vozes, Revista de Estudos Bíblicos nº 38, 1993, 56 pp.
Boff, Leonardo. Ecologia: Grito da Terra, grito dos pobres. Sextante, Rio de Janeiro, 2004, 314 pp.
Boff, Leonardo. Saber cuidar. Petrópolis, Vozes, 1999, 199 pp.
Bradley, Ian. Dios es verde. Cristianismo y medio ambiente. Santander, Sal Terrae, 1993, 163 pp.
De Chardin, Teillard. Hino do Universo. São Paulo, Paulus, 1994, 159 pp.
Gesché, A. O cosmo. São Paulo, Paulinas, 2003.
Junges, Roque. Ecologia e criação. Resposta cristã à crise ambiental. São Paulo, Loyola, 2001, 103 pp.
Junges, Roque. Ética ambiental. São Leopoldo, Unisinos, 119pp.
Lavigne, Jean Claude. Habitar a terra. Uma espiritualidade da criação. Lisboa, Inst. Piaget, 1997, 150 pp.
McFague, Sallie. Modelos de Deus. Teologia para uma era ecológica e nuclear. SP, Paulus, 1996, 292 pp.
Moltmann, Jürgen. A fonte da vida. O Espírito Santo e a teologia da vida. SP, Loyola, 2002, 147pp.
Moltmann, Jürgen. Ciência e sabedoria. Um diálogo entre ciência natural e teologia. SP, Loyola, 2007, 248 pp.
Moltmann, Jürgen. Dios en la creacion. Salamanca, Sígueme, 1987, 331 pp. (trad. bras. Ed. Vozes)
Moser, Antônio. O problema ecológico e suas implicações éticas. Petrópolis, Vozes, 1992, 3ª ed., 77 pp.
Müller, Ivo (org.). Perspectivas para uma nova teologia da criação. Petrópolis, Vozes, 2003, 279 pp.
Primavesi, Anne. Do apocalipse ao gênesis. Do apocalipse ao gênesis. Ecologia, feminismo e cristianismo. São Paulo, Paulinas, 1996, 419pp.
Ribeiro Cirne, Lúcio Flávio. O espaço da coexistência. Estudo interdisciplinar sobre ética socioambiental à luz da teologia da criação-salvação...., Rio de Janeiro, PUC, 2009, 327 pp. (tese de doutorado).
Susin, Luis Carlos (org.). Mysterium creationis. Um olhar interdisciplinar sobre o Universo. São Paulo, Paulinas, 1999, 319 pp.
SOTER, Sustentabilidade da Vida e Espiritualidade. Paulinas-SOTER, 2008, 216 pp.
Susin, Luis Carlos. A criação de Deus. Col. LBT. São Paulo, Paulinas, 2003, 170 pp.
Vieira, P.T. O nosso Deus, um Deus ecológico. São Paulo, Paulus, 1999, 164 pp.

(Atualizada em 03 de março de 2010)