sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Terra é nossa mãe

Nós somos parte da terra e a terra é parte de nós.

As flores perfumadas são nossas irmãs.
Os rios são nossos irmãos.
O búfalo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos.
As cristas rochosas, os vales e campinas
O alto da montanha e o homem, todos pertencemos á mesma família.
Esta água brilhante correndo nos rios e regatos não é apenas água:
É o sangue de nossos antepassados.
O rumorejar da água é a voz da mãe de minha mãe.
Cada reflexo da água límpida dos lagos conta um evento da vida do meu povo.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver.
Para ele, nenhum pedaço de terra é diferente do outro.
Porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite.
Ele trata sua mãe Terra e seu irmão Céu
como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas.
Sua voracidade vai arruinar a terra, deixando para traz apenas um deserto.

De uma coisa temos certeza: a terra não pertence ao homem,
é o homem que pertence à terra.
Todas as coisas estão interligadas como o sangue que une uma família.
Não foi o homem que teceu a trama da vida,
ele é simplesmente o fio dessa trama.
E tudo o que o homem fizer a ela, a si próprio estará fazendo.

Ensina teus filhos o que temos ensinado aos nossos:
A Terra é nossa mãe.
Tudo quanto fere a Terra, fere os filhos da Terra .

(Carta do cacique Seatle, de 1885, transformada em poema)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cresce desmatamento na Amazonia

Sérgio Abranches

O desmatamento na Amazônia voltou a crescer, depois de um longo período de queda.E o pior é que os principais responsáveis não são os culpados usuais. Agora, o principal vetor de desmatamento são as grandes e inadequadas obras de infra-estrutura que o Governo Federal impõe teimosamente ao país.
O sistema DETER de alerta prévio de desmatamento do Instituto de Pesquisas Espaciais – INPE- já havia detectado aumento do desmatamento na Amazônia, no final do ano passado, inclusive em estados tradicionalmente de menor pressão sobre a floresta como o Amazonas.
Agora é o Imazon, centro de pesquisas do Pará, que também analisa dados de satélite para medir desmatamento, que indica essa possível reversão de tendência, de queda para aumento do desmatamento.
Em dezembro de 2010 o desmatamento, pelos dados do Imazon, foi mais de 10 vezes maior que em dezembro de 2009. Em janeiro, ele foi 22% maior que em janeiro do ano anterior. No acumulado agosto-dezembro, ele foi 3% maior, comparado ao mesmo período de 2009. A degradação florestal quadruplicou no segundo semestre, comparado ao segundo semestre de 2009. É indicação de desmatamento futuro.
A tabela mostra o desmatamento no período agosto 2010-janeiro 2011 por estado. Reparem que subiu em todos os estados, menos no Pará, onde ele caiu.
Fonte: www.ecopolitica.com.br

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Tarefas ecológicas das religiões (3)

Tarefa: (3) Participar da elaboração de uma epistemologia ambiental
Marcial Maçaneiro

Emergem ensaios de uma nova epistemologia, voltada para o saber complexo. Nesta direção convergem os ensaios interdisciplinares, o diálogo entre ciências humanas e ciências naturais e o encontro das várias esferas de realização do humanum com seus saberes (arte, direito, ética, comunicação, psicologia, sociologia, religião). Edgar Morin tem desenvolvido longa reflexão, tocando não apenas os elementos tópicos da epistemologia (e suas pretensões), mas o próprio paradigma do conhecimento humano. Também Pierre Dansereau tem reclamado a construção de uma epistemologia ecológica que inclua a ética e o princípio da síntese.
Tratar-se-ia de um verdadeiro desafio civilizacional. Alfredo Pena-Vega assume e desenvolve as perspectivas de Edgar Morin: insiste na ciência ecológica como construção e percepção complexas; um conhecimento até mesmo crítico, pois coloca “em xeque” nossas coordenadas gnosiológicas, nossa delimitação das ciências e até nosso comportamento.

Segundo os autores, não se trata apenas de reconfigurar o conhecimento, mas de colocá-lo a serviço da vida do planeta — o que requer também a revisão epistemológica. Para Alfredo Pena-Vega, participam da elaboração da epistemologia ecológica os dados da biologia, psicologia e física — desde que todos se disponham a rever seus paradigmas com humildade intelectiva e rigor metodológico.
A valorização das ecofontes, o paradigma da síntese (com seus emblemas milenares) e a relação pessoa-natureza no âmbito do sagrado têm levado vários desses autores a incluir elementos religiosos em suas propostas, ao menos em perspectiva.

Mirando uma nova epistemologia ambiental, Enrique Leff fala da colaboração dos saberes ancestrais e simbólicos, guardados secularmente pelas religiões, mas quase sempre desqualificados do ponto de vista considerado “científico”. Esse autor propõe, antes de tudo, rever o que seja “científico” para depois rever o que seja “conhecimento”. Investiga os diferentes “saberes” e procura recuperar a dignidade epistemológica do patrimônio simbólico, mítico e ritual dos povos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O apelo das religiões: salvem o planeta

André Trigueiro

Diversas religiões e tradições espirituais tem se manifestado sobre a crise ambiental que ameaça a vida no planeta. Segue abaixo uma seleção de textos que confirmam a existência de uma teologia ambiental, e uma preocupação crescente dessas tradições em ratificar a presença do sagrado nas mais diversas manifestações de vida.
“A destruição da natureza resulta da ignorância, cobiça e ausência de respeito para com os seres vivos do planeta.(...) Muitos dos habitantes da Terra: animais, plantas, insetos e até microorganismos que já são raros ou estão em perigo, podem tornar-se desconhecidos das futuras gerações. Nós temos a capacidade, nós temos a responsabilidade. Nós precisamos agir antes que seja tarde”. Sua Santidade, o Dalai Lama; “Uma Abordagem Ética da Proteção Ambiental”

João Paulo II, muitas vezes apelidado de "O Papa Ambientalista" questiona: "como ficar indiferentes diante das perspectivas dum desequilíbrio ecológico, que torna inabitáveis e hostis ao homem vastas áreas do planeta?". E acrescenta: "É urgente uma educação sobre a responsabilidade ecológica... O tema da proteção do Ambiente merece uma extrema atenção e reveste-se verdadeiramente de uma altíssima importância no momento atual da história e do desenvolvimento do nosso mundo moderno".
(Pastoral da Ecologia e do Meio Ambiente /SP; Leia “COMPROMISSOS DA PASTORAL DA ECOLOGIA”)

“Há chance de salvamento. Mas para isso devemos percorrer um longo caminho de conversão de nossos hábitos cotidianos e políticos, privados e públicos, culturais e espirituais. A degradação crescente de nossa casa comum, a Terra, denuncia nossa crise de adolescência. Importa que entremos na idade madura e mostremos sinais de sabedoria. Sem isso, não garantiremos um futuro promissor”. (Leonardo Boff, “Saber Cuidar”, Editoras Vozes, página 17)

“A Terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades , é que ele a emprega no supérfluo o que poderia ser empregado no necessário”. (Livro dos Espíritos; Allan Kardec,capítulo V, da Lei de Conservação)

“Toda Sexta-feira à noite começa o Shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino no sétimo dia da Criação. Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue. Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta” (...). (“Os domingos precisam de feriados”, rabino Nilton Bonder)

“Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, por um compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela rápida luta pela justiça e pela paz, e pela alegre celebração da vida”. (Carta da Terra , Paris, março de 2000)

(Fonte: http://www.mundosustentavel.com.br/espiritualidade.asp)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ato em Brasília contra Usina de Belo Monte

Contra as mega-hidrelétricas na Amazônia! Mais de meio milhão de pessoas já assinaram as petições contra Belo Monte, que serão entregues no Palácio do Planalto!
Na terça-feira, dia 8 de fevereiro, centenas de indígenas, ribeirinhos, ameaçados e atingidos por barragens, lideranças e movimentos sociais da Bacia do Xingu e de outros rios amazônicos estarão em Brasília para protestar contra o Complexo Belo Monte e outras mega-hidrelétricas destrutivas na região. Também irão exigir do governo que rediscuta a política energética brasileira, abrindo um espaço democrático para a participação da sociedade civil nos processos de tomada de decisão.
Convocamos todos os nossos parceiros e amigos, e todos aqueles que se sensibilizam com a luta dos povos do Xingu, a se juntar a nós, porque, mais que o nosso rio, está em jogo o destino da Amazônia.
A concentração para o ato ocorrerá às 9hs, no gramado em frente à entrada do Congresso Nacional. Após o protesto, uma delegação de lideranças entregará à Presidência da República uma agenda de reivindicações e as petições contra Belo Monte.
Participe, e ajude a convocar!

Movimento Xingu Vivo para Sempre - MXVPS
Conselho Indigenista Missionário - Cimi
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB
Instituto Socioambiental - ISA
AVAAZ

Contatos:
Renata Pinheiro – MXVPS (93) 9172-9776
Cleymenne - Cimi (61) 9979-7059
Maíra – Cimi (61) 9979-6912

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