segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Queimadas

Vim de São Paulo para BH, neste final de semana
Do alto, no avião, vi vários focost de queimadas.
Fumaça, cinzas, névoa seca, destruição.
Um quadro desolador.
Nas proximidades de Brasília, passei em áreas rurais queimas. Pobre cerrado!
Até quando?
Alguns incêndios em Unidades de Conservação trazem prejuízos ambientais inestimáveis.
E a perda de biodiversidade? E a piora na qualidade do ar? E os custos para a saúde pública?
Enquanto isso, os candidatos a cargos eletivos, com raras exceções, nem colocam o tema ambiental como pauta de seus programas. Parece que, até agora, ecologia não puxa voto. Mas, é a continuidade da qualidade da vida, em toda sua extensão, que está em jogo.
Na semana passada, escutei vários programas religiosos em rádios evangélicas e católicas. A pregação era comum: curar as pessoas, restituir sua integridade. Mas, ninguém falou em curar a Terra e restituir sua integridade.
Está na hora de integrar a questão ambiental na política e na religião.
Pois está em jogo o presente e o futuro de nossa casa comum.
Afonso Murad

veja o mapa das queimadas no site: http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

10 motivos para recusar sacolas descartáveis e preservar a biodiversidade


No Ano Internacional da Biodiversidade e com a COP10 – Convenção de Diversidade Biológica prestes a acontecer, no Japão, em outubro, o tema se tornou o centro das atenções do mundo. Muito merecido, afinal, a biodiversidade envolve todos os seres vivos que habitam o nosso planeta – incluindo os seres humanos – e, num sistema interdependente como o nosso, o desaparecimento de uma espécie afeta a vida das demais.

Entre as várias atitudes que podemos tomar para preservar essa riqueza biológica da qual tanto dependemos, está a redução do uso de sacolas plásticas em nosso dia-a-dia. Aproveite para registrar, no site do Planeta Sustentável, as sacolinhas que você recusa diariamente!
Eis aqui dez motivos para você defender essa causa.
1. Os plásticos convencionais levam cerca de 400 anos para se decompor. Segundo um levantamento do Ministério do Meio Ambiente, de 2009, cada família brasileira descarta cerca de 40kg de plásticos por ano e mais de 80% dos plásticos são utilizados apenas 1 vez.
2. Por serem leves, os sacos plásticos voam com o vento para diversos locais e acabam poluindo não apenas as cidades, mas também nossos biomas, as florestas, rios, lagos e oceanos.
3. A sopa de lixo que flutua pelo oceano Pacífico contém mais de 100 milhões de toneladas, sendo que 90% são constituídos de detritos de plástico. Desse total, 80% vêm do continente.
4. Nos oceanos, as sacolas plásticas se arrebentam em pedaços menores e se tornam parte da cadeia alimentar de animais marinhos dos mais variados tamanhos. Ao ingerirmos esses animais, engolimos também resíduos de plástico que fazem mal à nossa saúde.
5. A ingestão de pedaços de sacolas plásticas já é uma das principais causas da mortes de tartarugas, que confundem o plástico com comida e têm seu aparelho digestivo obstruído. Estima-se, ainda, que em torno de 100 mil mamíferos e pássaros morram sufocados por ano por ingerirem sacos plásticos. Na Índia, cerca de 100 vacas morrem por dia por comerem sacolas plásticas misturadas a restos de alimentos.
6. Nas cidades, as sacolas descartadas de maneira incorreta entopem bueiros, provocando enchentes, que causam a morte de pessoas e animais domésticos, destroem plantas e árvores e até contribuem para que os peixes nadem para fora do leito de rios e morram.
7. Jogadas em um canto qualquer da cidade, as sacolinhas podem acumular água parada e permitir a proliferação do mosquito da dengue.
8. O plástico já é o segundo material mais comum no lixo municipal.Quando os aterros chegam à sua capacidade máxima, é preciso abrir outras áreas – que poderiam ser utilizadas para plantio de vegetação nativa, por exemplo – para o depósito de resíduos.
9. O material orgânico depositado em sacos plásticos demora mais para ser degradado e decomposto em nutrientes e minerais, que serão utilizados em outros processos biológicos.
10. Com a decomposição lenta dos resíduos orgânicos aprisionados nas sacolas plásticas, produz-se mais metano e CO2, que são liberados quando a sacola é rasgada e contribuem para a aceleração do aquecimento global.

Convencido? Então, sempre recusar uma sacolinha no supermercado, na farmácia, na padaria e onde mais te oferecerem uma, registre no Contador de Sacolas Descartáveis Recusadas, do Planeta Sustentável! Já são quase 2 milhões de sacolinhas evitadas. A biodiversidade agradece!

Especialistas consultados:
Prof. José Sabino, doutor em Ecologia pela Unicamp.
Fernanda Daltro, coord. técnica da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, do Ministério do Meio Ambiente.
Leia também:
Por que reduzir as sacolas plásticas?
Saco é um saco
Plástico é vida?
Fonte: Planeta sustentável
Imagem: Wikimedia Commons

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Maior iceberg desde 1962 pode ser consequência do aquecimento global

No início deste mês um iceberg de 260km² – 4 vezes o tamanho da ilha de Manhattan – se desprendeu da geleira de Petermann, na Groenlândia, a mil quilômetros ao sul do Pólo Norte. O bloco de gelo, que corresponde a um quarto do tamanho total de Petermann e tem 182,8 metros de espessura, é o maior a se soltar no Ártico desde 1962 – quando outro bloco de proporções semelhantes, o Ward Hunt Ice Shelf, no Canadá, acabou se dividindo em pedaços menores que ficaram alojados entre as ilhas do estreito de Nares, entre a Groenlândia e o Canadá.

Esse último iceberg também está alojado no mesmo estreito e pode tanto se fundir novamente à ilha, quanto se quebrar em pedaços menores ou mesmo, lentamente, se mover para o sul. Nesse caso, deve provocar mudanças nas rotas de navegação.

O pesquisador Andreas Muenchow, da Universidade de Delaware, afirmou que já esperava pelo fenômeno, mas ficou surpreso com o tamanho do iceberg. Em 2001, um iceberg de 88 Km² se soltou de Petermann e, em 2008, um outro de 26 km².

Não é possível afirmar ao certo se o fenômeno é conseqüência do aquecimento global, pois a quebra de blocos de gelo é um fenômeno comum, causado especialmente pelo fluxo do oceano sob as geleiras. Além disso, só há dados sobre a temperatura da água do mar próxima à Groenlândia de 2003 para cá.

No entanto, já se sabe que o primeiro semestre de 2010 registrou as temperaturas mais altas do planeta desde 1850 – quando se começou a fazer essa medição –, em parte por conta do fenômeno climático El Niño, em parte em função do aumento de gases de efeito estufa na atmosfera.

Fonte: Planeta sustentável
Foto: Nasa

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sancionada Política Nacional de Resíduos Sólidos


Depois de tramitar no Congresso por 21 anos, a PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada em julho deste ano, pelo Senado, e sancionada, ontem, pelo presidente Lula, que afirmou que sua regulamentação precisa ocorrer dentro de 90 dias.
A partir de agora, será feita a distinção entre o conceito de resíduos – que podem ser reaproveitados ou reciclados – e rejeitos – que não podem ser reaproveitados e devem ser encaminhados a aterros sanitários. Nesses locais, não será permitido morar ou catar lixo. Também fica proibida a existência de lixões.
Com a lei, passa a valer a ideia da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Isso significa que fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos são igualmente responsáveis por dar um destino correto a todos os materiais.
Assim, fica implementada também a logística reversa, ou seja, os fabricantes dos produtos vão precisar recolhê-los após o uso dos consumidores, para reaproveitá-los na fabricação de novos produtos ou enviá-los para a reciclagem quando isso não for possível.
A lei prevê que haja cooperação técnica e financeira entre o setor público e o privado para o desenvolvimento de pesquisas que facilitem a reutilização, a reciclagem e o tratamento de resíduos e a destinação correta dos rejeitos.
Os catadores de lixo também saem ganhando. Eles devem ter seu trabalho de coleta, separação e reciclagem formalizado, uma vez que será incentivada a criação de cooperativas, que poderão prestar serviços para as prefeituras. A expectativa é de que a renda desses profissionais também aumente.
Para que tudo isso funcione, as prefeituras e os governos estaduais vão precisar se articular e criar políticas de resíduos sólidos compatíveis com a PNRS. Até porque, torna-se obrigatório fazer inventários anuais que revelem como tem sido feita a gestão dos resíduos sólidos em cada cidade, que será monitorada e fiscalizada.
Práticas de educação ambiental devem ser disseminadas para que toda a população possa contribuir para o funcionamento da lei.

Fonte: Planeta Sustentável