terça-feira, 20 de abril de 2010

22 de abril: dia da Mãe Terra

Há 40 anos, pessoas do mundo todo comemoram, em 22 de abril, o Dia da Terra. Mas, a ONU nunca o celebrou oficialmente. No ano passado, o presidente da Bolívia, Evo Morales, sugeriu que o órgão proclamasse a data como o Dia Internacional da Mãe Terra. A proposta foi acatada por unanimidade na Assembléia Geral das Nações Unidas, realizada em Nova York, no próprio dia 22.
Na época, Morales elogiou a decisão dizendo que: “Sessenta anos depois da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Mãe Terra está, agora, finalmente tendo seus direitos reconhecidos”.
A nomenclatura é inspirada na própria tradição boliviana de chamar o planeta de Pacha Mama, que na linguagem quíchua quer dizer “Mãe do Mundo”, em referência à divindade máxima dos povos andinos.
O presidente da Assembléia Geral das Nações Unidas, Miguel D’Escoto Brockmann, comentou que “todos nós viemos da Terra e para a Terra retornaremos. Durante nossa vida aqui, a Terra nos sustenta e toma conta de nós, purificando o ar que respiramos e provendo alimentos saudáveis para nossa sobrevivência. É por isso que eu amo ouvir nossa Terra sendo chamada de ‘Mãe Terra’”.
Brockmann ainda acrescentou que a inclusão está no coração do Dia Internacional da Mãe Terra, e que a divisão de responsabilidades para reconstruir nossa complicada relação com a natureza é o que vem unindo as pessoas ao redor do mundo. Especialmente neste momento em que os cientistas temem estarmos nos aproximando de um ponto em que os danos ambientais se tornem irreversíveis.
O presidente boliviano espera agora que seja redigida uma Declaração dos Direitos da Mãe Terra, em que se contemple o direito à vida para todos os seres vivos, à regeneração da biodiversidade do planeta, à vida limpa, livre de contaminação e poluição, e o direito à harmonia e ao equilíbrio entre todas as coisas.

Fonte: Planeta Sustentável
Foto: NASA

Um comentário:

  1. Luiz Antônio Reis / FAJE20 de junho de 2010 às 09:36

    Uma declaração dos direitos da Terra (ou da Mãe Terra) se apresenta como uma das maiores urgências do nosso tempo. O antropocentrismo exarcebado, uma mentalidade mercantilista que malbarata os recursos que o planeta disponibiliza para a sustentação da vida, a ausência de uma adequada consciência ecológica,.... exigem um posicionamento crítico, a necessária confrontação e o engajamento operante. Trata-se, não só da sobrevivência deste ou daquele ecossistema específico, mas da continuidade da vida da própria humanidade. Tal declaração assumida em âmbito mundial seria um excelente ponto de partida para ações concretas e interrelacionadas.

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