terça-feira, 11 de agosto de 2009

ATITUDE- Recuse sacolas plásticas

Quantas sacolas descartáveis você recusa por dia?
Para provocar a reflexão sobre a importância de reduzir as sacolas descartáveis do cotidiano, o SITE Planeta Sustentável criou uma campanha diferente: através de um contador – na sua home do site -, você pode registrar a quantidade de sacolas descartáveis que recusar a cada dia. Para cada NÃO, um clique. Que tal participar? E, ainda, compartilhar esta ideia?

A proposta do contador do site Planeta Sustentável – que está em destaque na home do site - é incentivar a discussão e a reflexão a respeito de um problema tão sério como a proliferação das sacolas descartáveis, a partir do seu uso indiscriminado e irresponsável. Precisamos, realmente, de tantas sacolas – feitas de plástico e de outros materiais igualmente nocivos ao meio ambiente? Será que precisamos delas para carregar qualquer produto que compramos ou, mesmo, para forrar latas de lixo? Por que não as substituímos por sacolas retornáveis – de pano, de lona vinílica (muito usada em banner promocionais) ou outros materiais recicláveis – que podem estar sempre à mão na bolsa ou no carro? Essa é a provocação que fazemos. Recusou uma sacola descartável no supermercado, na farmácia, na padaria ou numa loja? Ótimo! Registre, aqui, no contador. Para cada sacola, um clique. Divulgue esta ideia em casa, para seus amigos e colegas de trabalho ou da escola, em seu condomínio, no bairro...
DURA REALIDADE
Hoje, a urgência em eliminarmos - ou, pelo menos, reduzirmos - o uso das sacolas descartáveis é inegável. Desde o início desta década - pelo menos - há diversas iniciativas, nesse sentido, pelo mundo. Algumas baseadas em pura ideologia e consciência; outras levando em conta “o bolso”, já que boa parte da humanidade - infelizmente - só entende a linguagem do dinheiro. Mas, que seja! O que importa é o resultado que se obtém da iniciativa: a redução da agressão ao meio ambiente.
Eis alguns exemplos:
- a Irlanda foi o primeiro país da Europa a aplicar impostos sobre o uso de sacolas plásticas. Isso aconteceu em 2002 e reduziu em 90% o consumo do produto;
- em 2005, Ruanda acabou com a "festa" das sacolinhas;
- em Bangladesh, isso aconteceu em 2007;
- em 2007, também, São Francisco foi a primeira cidade a proibir o uso dessas sacolas;
- no ano passado, a China começou uma campanha para acabar com as descartáveis gratuitas e
- Israel, Canadá, Índia, Botswana, Kenya, Tanzânia, África do Sul, Taiwan e Singapura também proibiram seu uso ou estão a caminho disso.
E por aqui? No Brasil, ainda não há registro de cobrança de impostos para o consumidor que optar pelas sacolinhas descartáveis. Talvez fosse uma boa alternativa. Mas já existem algumas iniciativas interessantes: no ano passado, em Santa Catarina, a ACATS - Associação Catarinense de Supermercados liderou uma campanha para incentivar os supermercados a abandoná-las de vez. Em junho deste ano, foi a vez do governo se manifestar: o Ministério do Meio Ambiente - MMA lançou a campanha “Saco é um saco”, focando diretamente no consumo das sacolas plásticas. E a tendência é que esse tipo de manifestação cresça, cada vez mais. Afinal, as sacolas descartáveis ocupam espaço considerável nos aterros sanitários e lixões, onde demoram cerca de 400 anos para se decompor e ainda entulham ruas e parques e poluem os oceanos, matando os animais - baleias, focas, golfinhos, tartarugas e aves, só para citar alguns - que as engolem porque as confundem com alimento. Assusta pensar na quantidade de sacolinhas que circulam pelo planeta anualmente: - no mundo, são produzidas de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas - só no Brasil, são 12 bilhões.
Hoje, a sacola descartável está presente no cotidiano de pessoas de todas as idades e classes sociais. Para quem vende ou para quem compra, tornou-se automático associar qualquer produto a uma sacola: não só em grandes compras, como também nas pequenas. Quem nunca carregou um simples livro, uma caixa de remédio, uma lata de refrigerante ou qualquer objeto solitário numa sacola descartável? Mas o que o MMA aponta como a maior causa para sua proliferação é seu uso para forrar latas de lixo – seja em casa, na escola, em banheiros, nos escritórios... Então, está na hora de alterar hábitos.
Veja mais números e entenda porque é importante participar: vamos supor que você use/aceite seis sacolas plásticas por semana. Isso representa cerca de:
- 24 sacolas plásticas/mês
- 228 sacolas/ano
- mais de 22 mil ao longo de sua vida.
Já imaginou onde vai parar tudo isso?

LEIA TAMBÉM: O perigo da sacola plástica

Fonte: Mônica Nunes, 05/08/2009

4 comentários:

  1. Regina Reinart (ITESP)18 de agosto de 2009 às 21:45

    12 bilhões é algo inimaginável! São números e estatisticas que assustam, no mesmo tempo perecem absurdo. Fazendo compras no supermercado já exige um cuidado com o saco plástico, com os próprios produtos e a embalagem deles. É possível sim: comprar coisas com menos embalagem. Lembro-me de uma vez na minha cidade natal: os consumadores fizeram um ato de deixar as embalagens desnecessárias no supermercado. Foi um caos total, mas mostrou o quanto que levamos para casa e logo depois da compra vai para o lixo. Agora, como motivar a indústria a cooperar com menos embalagem??? Muitas vezes este exagero é justificado pela higiene, mas acredito que poderia ser repensado a questão da embalagem e tudo o que ela envolve.

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  2. Odésio Magno da Silva1 de outubro de 2009 às 08:40

    Lembro-me que quando criança os meus pais utilizavam sacos retornáveis, ou cestos feitos de taquara (um material parecido com o bambu), e as beiras dos rios, dos caminhos, das nascentes não eram poluídos com tanto sacos plásticos, como se vê hoje. Ao caminhar em torno da lagoa da Pampulha e alguns outros rios em BH, o que mais se vê são sacolas plásticas de diversas formas jogadas às margens de ambos e também sacolas de pipocas, de biscoitos recheados, de guloseimas, etc. Além do desrespeito à natureza, ainda provoca uma série de transtornos, como entupimentos dos bueiros, poluição visual e mau cheiro.
    Alguns países da Europa e até mesmo da América Latina, já estão aderindo o saco reutilizável e fazendo campanha para que outras pessoas e países façam o mesmo. Penso que, se cada pessoa tivesse a consciência de que a poluição é um mau para si próprio, o mundo seria mais limpo e mais saudável. Aqui no Brasil mesmo existem algumas cidades que tem como prioridade a cidade limpa e com baixo índice de poluição nas ruas. Cito aqui a cidade de Florianópolis em Santa Catarina.
    Vamos entrar nesta luta, de cuidar de nossa casa (planeta), transformando-a num ambiente, onde todos possam ver que tudo é bom e saudável, assim como fez Deus ao criar o mundo. Ele viu que tudo era bom (cf Gn 1, 1-31).

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  3. Tenho refletido muito sobre essas campanhas de conscientização a cerca da situação drástica ambiental em que vivemos. Reconheço o valor de toda a exortação social feita, porém, a clássica idéia de “cada um faça sua parte” geram alguns questionamentos.
    É preciso entender que a mentalidade existente da qual impulsiona-se o consumo a níveis extraordinários não é de forma a conseguir fornecer os bens necessários à população, mas de forma a simplesmente promover uma movimentação na economia, beneficiando a minoria detentora de capital.
    Pensarmos que nós aqui, em um país de terceiro mundo, precisamos tomar
    consciência frente à forma como degradamos o nosso planeta, não será uma consciência plena da situação que presenciamos. A responsabilidade maior por toda a situação ambiental vêm do modo de produção capitalista que estamos subjugados. Um modo de produção regulado e ordenado pelas potências mundiais do 1° mundo. Importante para nós, é entendermos como tal dominação atinge nossos dias e nossa forma de viver. E em conseqüência disso, passamos a fazer escolhas mais conscientes na compra de bens de consumo e no uso dos bens naturais.
    Mas, acredito que o real combate à problemática se dará não pela simples mudança individual cotidiana (não menosprezando sua força), mas pela uma instância mais capaz de combater os setores capitalizantes: o Governo. Entendendo o real valor da democracia, é hora de tais campanhas impulsionarem também nossos cidadãos a buscarem junto ao Governo formas de amenizar e reverter muitas das questões que angustiam nosso dias.
    É hora de termos no Estado não mais um expediente que sustente o padrão capitalista, padrão que promove e intensifica a degradação ambiental, mas uma instância que permita e promova uma qualidade de vida, não apenas à sociedade, mas também às demais forma de vida existentes.

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  4. Roberta Garcia de Oliveira / Gestão Pastoral-ISTA

    Sacola plástica...??? Nem pensar!!!

    É incrível constatar como somos lentos para colocar em prática, teorias que já nos acompanham há tempos. Desde quando ouvimos dizer que as benditas sacolinhas plásticas poluem o meio ambiente?! Se não é informação o que falta, então o que seria? Nos acomodamos ao prático, ao descartável, ao senso comum?
    Um dia fui ao supermercado levando minhas bolsas de pano; ao passar no caixa me manifestei dizendo que não levaria bolsas plásticas, a moça do caixa ficou brava e disse: “o mundo vai acabar do mesmo jeito”. Naquele momento entendi que informação sem formação é algo tão superficial quanto prática religiosa sem fé.
    Hoje estou convencida que, para mudar isso são necessárias reflexões profundas que nos levem a uma consciência crítica e a convicções que culminem em uma prática transformadora. Algumas medidas como multa, impostos, etc., podem ajudar, mas não tocam o núcleo do problema e da reflexão.
    Faz-se urgente que adotemos outra postura diante da nossa CASA... não como donos e senhores de tudo, mas como parte de um todo que pede de cada um de nós uma postura mais humana, mais comunitária, mais ética e responsável.

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