sábado, 25 de julho de 2009

Intereclesial das CEBs (3)

O Intereclesial das CEBs caminha para seus últimos momentos. Quero partilhar com vocês algumas experiências vividas, impressões e informações. No dia dedicado à missão, fiquei em Porto Velho. De manhã, após a bela celebração, ouvimos a palavra de Pedro Ribeiro de Oliveira, Irmã Julieta e Leonardo Boff. Este último, em especial, falou com sabedoria e unção. Talvez não tenha novidades, mas foi uma palavra simbólica, de esperança.
Neste “dia de missão”, os participantes do Intereclesial visitaram experiências rurais e urbanas das CEBs e do movimento popular na região, além de algumas realidades que clamam. Houve de tudo. Quem foi visitar as comunidades ribeirinhas teve que ficar um longo tempo na estrada, inclusive com ônibus quebrado. Aqueles que optaram por conhecer a triste realidade das penitenciárias de Porto Velho, tiveram que esperar horas e somente alguns puderam ter contato com os presos. Os que visitaram as comunidades urbanas nas periferias perceberam o descaso do poder público para com os pobres, e também provaram a acolhida, a alegria e a fraternidade das comunidades.
Aliás, para mim, este foi o ponto mais forte do Encontro. Entre tantos eventos, congressos, fóruns e encontros em que participei na vida, nunca presenciei um com espírito de colaboração tão forte, somando efetivamente uma multidão de pessoas. Na primeira noite, percebi que havia uma imensa toalha no palco, toda confeccionada de forma artesanal em forma de flores, que se chama “fuxico”. Não podia imaginar quem fez aquilo. Ontem fiquei sabendo: foi a soma de centenas de toalhas artesanais, feitas em muitas comunidades. Tecidas a muitas mãos, com muito carinho. As comunidades rurais e urbanas se prepararam para o encontro durante dois anos.
Este doce sabor da fraternidade e da acolhida foi tematizado na manhã do quarto dia do encontro. Fui novamente para o miniplenário intitulado “Rio Tocantins”. A celebração da manhã, com cantos, leitura da bíblia, salmos entoados e símbolos terminou com a partilha de mel (foto acima), vindo de uma iniciativa de apicultura de socioeconomia solidária de Santa Catarina. Alguns, literalmente, se lambuzaram de mel.... A seguir, partilhou-se nos grupos menores (chamados de “canoa”) a experiência da missão no dia anterior. E, no final da manhã, em cada um dos 12 miniplenários, dois assessores locais apresentaram alguns dados sobre a Amazônia e a Igreja daqui. Onde estive, contamos com a apresentação do Ir. João Gutemberg, marista nascido no Acre, e um bispo da região.
Pude também conhecer e conversar com alguns bispos. Dentre eles, Dom Possamai, vice-presidente da comissão da Amazônia da CNBB e Dom Erwin, bispo prelado do Xingu, região onde viveu Ir. Dorothy. É emocionante ouvir estes homens, que são pastores e profetas.
Dois acontecimentos importantes marcaram ainda o quarto dia do intereclesial das CEBs: os testemunhos de vida e a reunião da equipe ampliada com os bispos. À tarde, no “Porto” (Plenária), a assembléia ouviu os depoimentos do arcebispo negro, emérito da Paraíba, Dom José Maria Pires (Dom Zumbi), com seus quase 90 anos; o bispo emérito de Goiás (GO), dom Tomás Balduíno, grande batalhador e fundador da CPT e a senadora Marina Silva. Veja detalhes no site da cnbb.
Visite http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=1892
Sobre o encontro da Equipe de organização do Encontro com os bispos, relata o Padre Geraldo, assessor de comunicação da CNBB: A presença dos bispos também foi ressaltada como muito importante para o Intereclesial. Foram 56, inclusive o presidente e o vice-presidente da CNBB. “A presença numerosa dos bispos, inclusive a Presidência e os assessores da CNBB, são a confirmação de que as CEBs retomaram o rumo”, avaliaram os membros da Equipe Ampliada. “O intereclesial é uma grande assembleia que faz perceber como anda a Igreja no Brasil. Por isso é importante a presença do episcopado neste evento”, acrescentaram. Os bispos destacaram ainda, como pontos fortes do encontro, a espiritualidade e a qualidade dos delegados no Intereclesial. Ressaltaram, igualmente, o número expressivo de padres (331). Os bispos presentes sugeriram que as CEBs entrem como um dos temas prioritários na próxima assembleia. A proposta será levada ao Conselho Permanente da CNBB. Por fim, reconheceram que é necessário dar mais visibilidade ao que foi discutido no Intereclesial.
No último dia, a Assembléia decidiu que o próximo intereclesial das CEBS será no Ceará, a partir da diocese de Crato.
Veja as ultimas notícias do Intereclesial das CEBs no site da CNBB: (www.cnbb.org.br).

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