quinta-feira, 24 de novembro de 2011

CAMARÕES E CÓDIGO FLORESTAL

A Comissão de Meio Ambiente concluiu na tarde desta quinta-feira (24) a votação do projeto que reforma o Código Florestal. O projeto agora vai a plenário. O texto principal havia sido aprovado na quarta-feira e restavam destaques para votação na comissão. Uma das principais polêmicas do código, a criação de camarões em mangue, foi reaberta no encerramento da votação. Por pressão de parlamentares do Nordeste, os relatores do código, Jorge Viana (PT-AC) e Luiz Henrique (PMDB-SC), se comprometeram a apresentar na votação do código no plenário uma emenda decretando a aquicultura como atividade de "interesse social". Isso poderá permitir que a carcinicultura continue ocupando os chamados apicuns, áreas alagáveis dos manguezais.

Ontem, os senadores José Agripino (DEM-RN) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) entraram na sessão de votação do código na Comissão de Meio Ambiente para exigir que a criação de camarão fosse liberada, aprovando uma emenda do senador que retirava apicuns e salgados (outra subdivisão do manguezal) da categoria de Area de preservação permanente No governo, a avaliação é de que, caso seja aprovada, a emenda pode ser vetada pela presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Folha on-line.

Mais uma vez, o poder econômico faz valer sua pressão. É sabido que a cultura de camarão, tal como é realizada no Brasil, sobretudo no Nordeste, aniquila com o ecossistema das áreas ocupadas. Considerar tal atividade como “de interesse social” é no mínimo um grande cinismo. Além disso, os manguezais são áreas preciosas para a cadeia alimentar de rios e mares. Permitir que sejam destinados para criação de camarão em cativeiro é comprometer o futuro da vida nos rios e mares. Onde está a consciência dos nossos políticos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coloque aqui seu comentário